Fomos vencidos pela imbecilidade…

*Adriano Palopoli


Quando olho ao meu redor, constato como foi degenerado ao longo dos anos nosso sistema democrático representativo. Talvez seja forte o tema em que retrato essa situação que nos encontramos, mas somente assim conseguiremos romper com esse ciclo de horrores que se encontra a política nacional.

Há uma mistura entre os poderes, seus contrapesos não mais existem, uma hora é o judiciário legislando, outra o legislativo arbitrado e o executivo perdido. Não consigo imaginar um cenário mais caótico que esse. Os resultados econômicos são pífios, a carga tributária insuportável e a luz que vemos no final do túnel talvez seja a locomotiva da desordem que irá nos atropelar.

Mais desesperador é saber que não existe atualmente uma liderança que possa arrebanhar ideais e ideias e colocá-los em prática para começar a resolver esses problemas. Essa faxina, ou faxineiro não existem. Todos, absolutamente todos, estão envolvidos em algum esquema ou tramoia e não possuem reserva moral para começar a limpeza, não para baixo do tapete, mas para fazer brilhar uma sociedade que há muito queríamos para nossos filhos.

Talvez essa seja a melhor decisão, entender que ninguém além de nós mesmos poderemos realizar essa transformação. E eu te pergunto: você está preparado para dar a sua contribuição? Ou será que está atarefado com suas obrigações diárias e delega essa responsabilidade ao seu vizinho, ao seu sócio, ao seu concidadão?

Ficou fácil, a culpa é deles, os políticos, e na verdade nem neles eu votei, aliás, já faz algum tempo que justifico meu voto. Explicação fácil, mas que não resolve e que retroalimenta esse sistema. Esse sistema que privilegia o ter sobre o ser. Você provavelmente pode descrever uma pessoa sobre o que ela tem, mas e sobre o que ela é? Você já tentou?

Pois é, eu também faço parte desta triste realidade, mas eu quero mudar e quero ver as coisas caminhando de maneira diferente. A grande questão é como? Num mundo em que as respostas estão a apenas um clique da internet talvez seja a hora de aprendermos o mais importante. Quais são as perguntas mais pertinentes que devemos fazer e se essa resposta será utilizada para transformar nossa realidade.

Nossa premissa está equivocada, assim como diz Sartre: “O inferno são os outros”. Será? Quem cria o inferno somos nós mesmos, e cabe a nós atravessá-lo ou transformá-lo no paraíso.

Vimos recentemente a tragédia na Colômbia com a queda do avião da Chapecoense, pude observar a presteza, além da qualidade dos serviços públicos que ofereceram aos sobreviventes. E logo ali, e na Colômbia que atravessou uma guerra com a narcoguerrilha e conseguiram vencer. Tenho certeza que eles podem nos ensinar quais medidas podemos tomar.

O mundo carece de bons exemplos, e nós temos, aqui do lado, pode ser de qualquer outro lugar, desde que estejamos dispostos a aprender. Ou fazemos isso ou seremos mais uma vez vencidos pela imbecilidade...

* Autodidata em comunicação, experiente em discursos públicos, através da atuação em seus três mandatos como vereador, que gosta muito de se comunicar e repassar seus conhecimentos às pessoas

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