Precisa-se de novas lideranças com urgência

*Waldevino Basílio


O Brasil passa por grandes problemas políticos, econômicos e sociais, como nunca se viu em toda sua história. Infelizmente são corriqueiras as denúncias de corrupção, de desvio de bilhões de reais do dinheiro público. Nosso dinheiro. Recursos do povo brasileiro juntados por intermédio de impostos, que deveriam retornar para a população em forma de obras e serviços, principalmente nas áreas de saúde, educação e infraestrutura, foram e são desviados para o enriquecimento pessoal e de grupos políticos intencionados em se perpetuar no poder.

Tudo isso e muito mais eclode a cada dia. Ao mesmo tempo, aqueles que detêm o poder, alegando buscar soluções para essas e outras ilicitudes, criam Leis para prejudicar ainda mais os assalariados e a classe média. Ou seja, para resolver rombos, como da Previdência Social, procura-se tirar direitos garantidos e duramente conquistados pelo povo, aumentando a idade, o tempo e o valor da contribuição. Com a Reforma Trabalhista, precarizam o trabalho, deixando o trabalhador a mercê da exploração dos maus patrões; achatam os salários e tentam suspender por décadas qualquer forma de conquista salarial. Beira a época da escravidão.

Além destas, são tantas ameaças que ainda pairam sobre a cabeça do trabalhador brasileiro, ao mesmo tempo em que as autoridades do executivo, legislativo e judiciário brasileiro procuram, cada vez mais, enfraquecer os sindicatos, únicos legítimos representantes dos trabalhadores nas suas diversas áreas.

Por outro lado, é assustador quando nos deparamos com a inércia do próprio trabalhador em participar das organizações, manifestações e movimentos em defesa de seus próprios interesses. Assistem passivamente cada medida que acaba com seus direitos, diminuem seus ganhos e tiram o sonho de uma carreira decente e um trabalho digno, com uma remuneração à altura. Assim como uma justa e merecida aposentadoria no final de décadas de trabalhos.

Mato Grosso do Sul e o Brasil precisam urgentemente de novas lideranças sindicais e trabalhistas. Precisamos da força jovem com consciência, garra e compromisso para se contrapor a essas ameaças que chegam a cada dia.

Hoje na direção do SISTA-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Institutos Federais de Ensino de Mato Grosso do Sul) assistimos, com pesar a inércia de jovens trabalhadores de diversos setores.

Até quando ficarão inertes? Sabemos que entre os trabalhadores existem potenciais lideranças que poderiam sim, se levantar e fazer grandes trabalhos em benefício de todos. Essas forças que hibernam precisam ser despertadas, porque estamos em pleno período de incêndio.

Jovens! Onde estão os nossos jovens? Vocês são o futuro! Qual futuro vocês querem? Será que vocês não acreditam que  precisam lutar em defesa dos seus próprios direitos, dos seus filhos e netos?

Precisamos urgentemente de novas lideranças sindicais no Estado e no país para fazer frente em defesa do nosso povo. Vocês precisam assumir as vagas de parlamentares eleitos pelo povo, mas que trabalham em favor de uma minoria que detêm o poder financeiro no país. Isso precisa acabar! Precisamos que nossas futuras novas lideranças acordem agora para somar forças conosco que estamos aqui, já de cabelos brancos, lutando uma guerra sem fim, desigual e sem novos reforços.

Que este e tantos outros apelos que fazemos, sirvam para que os jovens se levantem, participem, se inteirem dos problemas e arregacem as mangas para a luta. Lutemos juntos para que tenhamos uma sociedade mais justa e com mais qualidade de vida para a maioria da população.

E, nesse período eleitoral que estamos atravessando, que nos unamos também como cidadãos que querem o melhor para o país e alijemos do processo político todos aqueles que não merecem ocupar cargo público por ter sido manchado por denúncias e processos de corrupção e/ou por terem traído a confiança do povo e votado contra seu interesse. A hora é agora! Vamos todos à luta. E que novas lideranças se levantem para que tomemos as rédeas deste nosso querido Brasil.

 

*O autor é servidor público da UFMS e coordenador geral do SISTA-MS

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