SIG esclarece homicídio realizado em ''Tribunal do Crime'' em Naviraí

Operação nesta sexta-feira (5), cumpriu mandado na Penitenciária daquela cidade

Da Redação


No mês de abril do ano passado, foi encontrado em um terreno baldio do loteamento Porto Belo, em Naviraí, o corpo de Rafael Cícero dos Santos de 28 anos. Os peritos constataram no local do crime, que a vítima foi encontrada com os braços amarrados para trás por uma toalha e um tecido, passando pelo seu pescoço e restringindo bastante seus movimentos quando em vida. Verificou-se também que a vítima estaria amordaçada.

De acordo com os vestígios coletados, sugere-se que a vítima tenha sido impedida de reagir aos golpes sofridos na ocasião da morte. Além disso, o exame necroscópico revelou feridas oriundas de facadas e sinais de estrangulamento. As investigações sugerem que Rafael tenha sido sequestrado, torturado e em seguida morto.

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No decorrer das investigações dirigidas pelo SIG (Setor de Investigações Gerais) apurou-se que o executor de Rafael seria a pessoa de Júlio Cesar dos Santos Rosa de 32 anos, apelidado de “Mata Rindo”, integrante da facção PCC (Primeiro Comanda da Capital). Entretanto, ao ser indagado sobre os fatos, ele negou a autoria do crime. Rafael teria sido morto a mando do PCC por ser integrante de facção rival. Além de Júlio Cesar, outro integrante da facção, o qual atualmente se encontra preso em decorrência da primeira fase da Operação Osíris, será indiciado pela autoria do fato, pois, em tese, teria participado da execução de Rafael.

O mandado de prisão em desfavor de Júlio Cesar foi cumprido nesta manhã desta sexta-feira (5), na Penitenciária de Segurança Máxima de Naviraí, onde se encontra recolhido em razão de uma condenação por tráfico de drogas e o cometimento de outros crimes como latrocínio e roubos.

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A “Operação Osíris” visa desmantelar célula do PCC responsável pela execução de “Tribunais do Crime” em Naviraí. De acordo com as investigações, no julgamento eles decidem o destino das vítimas, que pode resultar em morte como punição. As vítimas, geralmente pessoas também ligadas ao crime, são sequestradas e torturadas antes da “sentença condenatória”.

A operação deflagrada tem o nome de Osíris por referência ao deus da mitologia egípcia a quem seria atribuído o trabalho de julgar os mortos, da mesma forma que a facção age, julgando seus rivais e condenando-os à morte. Até o momento foram presas 10 pessoas adultas e apreendidos três adolescentes.

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