Projeto ''Arte na Escola'' dá novo visual a muro de escola e ganha notoriedade com exibição em documentário

Telas homenageiam mulheres ativistas pela paz e educadores influentes na sociedade

Da Redação


A iniciativa de dar novo visual ao muro da Escola Estadual Professora Fátima Gaiotto Sampaio realizada há três anos, sob a coordenação da professora de artes Jéssica Lima, ganha notoriedade com a exibição em documentário internacional.

O projeto intitulado “Arte na Escola” ensina os educandos a confeccionaram suas próprias telas e técnicas de pintura, e utiliza o próprio muro da escola para divulgar a arte. Neste caso, o tema que inspirou os trabalhos foram mulheres influentes na defesa de uma sociedade sem preconceitos, mais justa e fraterna.

Além de ser uma ação que traz mais conhecimento, pintar o muro da escola desperta nos jovens o interesse pelas artes e também o cuidar do local onde estudam.

A professora conta que a ideia surgiu no mês da mulher, quando um grupo de alunas do ensino médio escolheram nomes que se destacam no campo das artes, do esporte e direitos humanos para estampar o muro da instituição, localizada na Vila Beatriz.  A este trabalho deram o nome de mulheres inspiradoras.

“Através dessas pinturas murais podemos homenagear, criticar e conscientizar as pessoas, principalmente nossos alunos, que se dedicam e se expressam através da arte”, afirma Jéssica Lima.

 

Já foram retratadas mulheres como a cantora e atriz Carmem Miranda, a jogadora de futebol da seleção brasileira Marta, a mexicana Frida Kahlo (enfrentou o machismo na sua época), a violeira sul-mato-grossense Helena Meirelles, Anne Frank (ficou conhecida por ter escrito um diário que relatava o sofrimento dos judeus durante o holocausto), Malala (mulher mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da paz) e a socióloga, feminista e ativista, Marielle.

Participam do desenvolvimento do projeto 16 estudantes do matutino e vespertino.  Por semestre são produzidas, em média, 3 telas. Todo o processo de criação, confecção e preparação da tela é feito dentro da própria unidade escolar. A pintura é feita no período noturno, das 17h às 19h, para que todos tenham oportunidade de executá-la.

O resultado final foi tão surpreendente que conquistou o apoio de toda comunidade escolar e garantiu visibilidade em jornais e veículos de comunicação de norte a sul do Brasil. Porém, como arte tem o poder de incomodar, teve quem criticou o projeto. 

“Isso já era esperado, pois retratamos mulheres fortes e guerreiras, que não se inferiorizaram diante de tantos obstáculos que surgiram ao longo de suas trajetórias. Pessoas fortes geralmente incomodam, ainda mais se forem mulheres”, indica Jéssica.

Foi através dessa repercussão midiática que Rachel Campos, que desenvolve atividades humanitárias, se interessou pelo trabalho desenvolvido e entrou em contato com a direção da escola para sugerir a pintura de alguns nomes de peso, como ativistas pela paz e educadores.

 

Tendo em vista que ainda havia espaço livre no muro da escola, a escola aceitou o desafio. O objetivo do documentário é mostrar a importância da educação e empoderamento para todos os jovens.

“Além dos nomes escolhidos por Rachel, acrescentamos mais algumas pessoas, que nos motivam a lutar pelo que acreditamos, mesmo diante a obstáculos que enfrentamos diariamente”, completa professora que leciona há seis anos na Fátima Gaiotto.

O processo de criação e reprodução das pessoas escolhidas estão sendo filmados, para posteriormente serem exibidos em um documentário produzido pela Rachel Campos, que será exibido a nível internacional.

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