''Inverídicas e descabidas'', diz defesa de Name e policiais sobre acusações

Quatro presos que serão transferidos para Mossoró no Rio Grande do Norte vão responder perguntas só em juízo

Campo Grande News


Transferidos para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande no sábado (12) e com previsão de ida para prisão do mesmo tipo em Mossoró, no Rio Grande do Norte, distante 3,2 mil km, os empresários Jamil Name, de 80 anos, Jamil Name Filho, de 42 anos, e os policiais civis Vladenilson Olmedo, o Vlade,  de 60 anos, e Márcio Cavalcanti da Silva, o “Márcio Corno”, de 63 anos, adotaram o silêncio diante do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) sobre os indícios apresentados de integrarem grupo de extermínio responsável por pelo menos 8 mortes em uma década.

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Em manifestação por escrito, anexada a uma das ações derivadas da Operação Omertà, a defesa é breve, ao acusar as acusações de “inverídicas e descabidas”.

A cargo do escritório do advogado Renê Siufi, um dos mais reconhecidos criminalistas de Mato Grosso do Sul, o documento diz, ainda, que os quatro vão usar o direito constitucional de permanecer em silêncio e falar apenas diante do juízo para defender-se, “caso venha a ser denunciado”. Por fim, o defensor diz confiar que o judiciário saberá agir com “equilíbrio e justiça”.

Essa resposta por escrito foi dada no dia 8 de outubro, atendendo a notificação do Gaeco, que só ouviu pessoalmente parte dos investigados.

Jamil, Jamilzinho, como é conhecido, Vlade e “Márcio Corno” estão presos desde 27 de setembro, quando foi deflagrada a Omertà, para cumprir mandados de prisão de 23 pessoas, das quais uma já estava na cadeia, o guarda civil municipal Marcelo Rios, preso no dia 19 de maio com arsenal que, conforme investigado, iria para a quadrilha. Desde o dia da prisão, já foram feitas 3 denúncias contra os envolvidos.

Nesta em que foi anexada a manifestação da defesa dos quatro transferidos a presídio federal, a acusação é de formação de organização criminosa e obstrução da justiça, caracterizada por ações para impedir que Marcelo Rios se tornasse colaborador das investigações, incluindo ameaças à esposa dele. Hoje, ela está sob proteção do Estado junto com os filhos.

São alvos do processo mais 8 pessoas. Entre elas está o advogado Alexandre Franzoloso, que chegou a ter prisão provisória decretada e conseguiu liminar graças a medida judicial protocolada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Franzoloso, representante legal de Marcelo Rios quando ele foi preso, é apontado como responsável por tentativas de impedir o guarda de colaborar com as investigações.

O processo corre na 3ª Vara Criminal. Ainda não houve resposta da juíza Eucélia Maria Cassal se vai acatar ou não a denúncia. Só depois disso, se ela acatar a denúncia, a ação começa a tramitar com os depoimentos de acusação e defesa.

Documento protocolado pela defesa de Jamil Name à ação - Foto: Reprodução do processo

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