A Polícia Civil do Rio de Janeiro já ouviu 18 depoimentos sobre o assassinato da juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, região metropolitana. Ela foi assassinada com 21 tiros, no início da madrugada de sexta-feira (12), na porta de casa, no bairro Piratininga, região oceânica de Niterói, também na região metropolitana fluminense. Os trabalhos de investigação estão sendo acompanhados de perto pela chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha.
Apesar de a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro ter comunicado, em nota, que as investigações sobre o assassinato da juíza estão a cargo exclusivo da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, a Superintendência Regional da Polícia Federal voltou a se colocar à disposição do governo fluminense para prestar apoio à elucidação do caso, caso seja necessário.
Segundo o delegado titular da Divisão de Homicídios, Felipe Ettore, responsável pela investigação do crime, a maioria dos tiros atingiu a cabeça da magistrada. De acordo com ele, o carro foi atingido por balas de pistola calibre 40, usadas pelas polícias Civil e Militar, e de calibre 45, de uso exclusivo das Forças Armadas.
Busca aos assassinos
Cerca de 20 policiais civis da DH estavam nas ruas às 13h40 deste sábado (13) em busca de pistas que levem aos assassinos da juíza. De acordo com as investigações iniciais, homens que estavam em duas motos e dois carros efetuaram vários disparos contra o carro da magistrada, um Fiat Idea. Um veículo ainda ficou parado no acesso à casa da juíza para que ela não conseguisse fugir. Na rua não havia câmeras, mas a polícia vai analisar imagens feitas por equipamentos instalados na entrada do condomínio. O Disque-Denúncia recebeu até o início da tarde deste sábado mais de 40 ligações.
O corpo da juíza foi enterrado no cemitério do Maruí, no Barreto em Niterói, na tarde de sexta. Entre amigos, parentes e autoridades o clima era de revolta e comoção. Os filhos dela, de 20,12 e dez anos, estavam inconsoláveis e chorando muito. O advogado Wilson Junior, ex-marido da vítima, deu um depoimento emocionado:
- Se ela está aqui hoje, é porque o Estado falhou. Peço que não fique impune. Peço que ela não seja apenas um número.
Alvo de policiais
Patrícia tinha várias decisões judiciais contra policiais militares em seu currículo. Ela já teria enviado mais de 60 para a prisão, segundo o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos. Como titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, Patrícia era responsável por julgar casos de homicídio, autos de resistência, quadrilhas de transporte alternativo, bicheiros e outras contravenções.
Ela havia recebido pelo menos quatro ameaças graves nos últimos cinco anos. Quando era defensora pública na Baixada Fluminense, chegou a sofrer um atentado. Seu nome também fazia parte de uma lista de 12 pessoas supostamente marcadas para morrer. O documento foi apreendido com um integrante de um grupo de extermínio que atua em São Gonçalo. Patrícia dispensou escolta em 2007, após iniciar namoro com um policial militar, o cabo Marcelo Poubel.
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