CPI agenda para final de agosto depoimentos polêmicos

Redação


A CPI do Cachoeira agendou para o final deste mês os polêmicos depoimentos do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), Luiz Antônio Pagot, ex-diretor da Dersa, empresa paulista que administra rodovias, Paulo Vieira de Souza, e do dono da construtora Delta, Fernando Cavendish.

Esses depoimentos eram alvo de cobrança de parte dos membros da comissão desde o início dos trabalhos e também dividiam as opiniões das bancadas do PT e do PMDB, que compõem a maioria da CPI.

No dia (28), a CPI mista ouve Pagot, que deixou o Dnit no ano passado após uma série de denúncias apontando desvios de recursos em contratos rodoviários geridos pelo órgão.

Os parlamentares querem que ele dê mais detalhes sobre uma denúncia que fez à mídia dizendo que havia sido procurado durante a campanha eleitoral de 2010 pelo PT para indicar doadores de recursos e recebeu pedidos para aditar o contrato do rodoanel em São Paulo.

Pagot afirmou, nessas denúncias, que os recursos extras colocados neste contrato seriam usados para alimentar a campanha do tucano José Serra por meio de caixa dois.

No dia (29), será a vez da CPI colher o depoimento de Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que é apontado por Pagot como operador da arrecadação de campanha de José Serra junto às empreiteiras.

Também no dia (29), a CPI ouve o ex-dono da Delta, que segundo as investigações da PF e da comissão teria conhecimento de que na região Centro-Oeste Cachoeira funcionava como sócio oculto da empreiteira e ajudava a operar desvios de recursos com empresas fantasmas.

Nesta terça-feira, a CPI também aprovou convite ao deputado Carlos Leréia (PSDB-GO) para explicar sua relação com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O parlamentar também enfrenta processo por possível quebra de decoro no Conselho de Ética na Câmara motivado pelas denúncias de sua relação com Cachoeira.

Os membros da comissão aprovaram ainda requerimento que pede explicações por escrito ao deputado Sandes Júnior (PP-GO) que, segundo as investigações da Polícia Federal, pode ter recebido dinheiro durante a campanha eleitoral de 2010 de empresas fantasmas ligadas ao esquema de Cachoeira.

Reuters

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