Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio, afirmou que pretende acompanhar bem de perto o julgamento do goleiro Bruno Souza e mais quatro réus, marcado para começar no próximo dia (19), no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte). Ela afirma ter esperança de que algum dos réus, durante o julgamento, revele o paradeiro do corpo da filha.
Eliza era amante do goleiro Bruno quando desapareceu em junho de 2010, em Minas Gerais. Na época, a polícia mineira recebeu denúncias de que Bruno, com mais dois, teriam espancado a ex-amante até a morte. O corpo nunca foi encontrado.
“Eu quero o corpo da minha filha, é um direito meu, de mãe, e é um direito do filho dela saber onde a mãe está enterrada”, afirmou a mulher, referindo-se ao filho que Eliza Samudio teve com o goleiro e que está sob a guarda dela. Atualmente, o menino tem dois anos e oito meses e mora com a avó no Estado de Mato Grosso do Sul.
As investigações da Polícia Civil mineira apontaram que a moça foi morta na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. No entanto, o corpo da jovem até hoje não foi localizado. Bola é apontado como o executor.
Sônia disse também não ter tido mais “sossego” desde que o júri popular foi marcado. “Eu não consigo mais dormir nem comer direito desde que fiquei sabendo (da marcação do julgamento). Agora, com a proximidade, piorou ainda mais”, afirmou ela, que foi arrolada pelo Ministério Público (MP) e vai prestar depoimento à Justiça durante o júri popular.
“Eu ouvi dizer que um dos advogados, não sei exatamente qual, disse que tentará desqualificar a minha filha, dizendo que ela era maria-chuteira (em alusão a mulheres aficionadas por jogadores de futebol). Mas não era a forma de vida que ela levava que está em julgamento, o que está em julgamento é o crime que eles cometeram contra a vida dela.”
Júri popular
Apesar de apenas quatro dos oito réus terem sido pronunciados pelo homicídio de Eliza, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), afirmou que os demais praticaram crimes conexos ao homicídio, justificando a decisão de todos irem a júri popular.
Bruno enfrentará o júri sob acusação de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, ex-secretário de Bruno, será julgado pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Os dois estão presos na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem.
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, vai a júri popular pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Bola está atualmente confinado em ala destinada a ex-policiais no presídio Professor Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, também na região metropolitana da capital mineira.
Uol
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