Com a definição antecipada da pré-candidatura presidencial do senador tucano Aécio Neves (MG), o PSDB conseguiu aumentar em cerca de 460% as doações para a legenda em 2013, véspera das eleições, em relação a 2009, que também antecedeu a eleição para presidente.
Em 2009, o candidato tucano ainda estava indefinido –acabou sendo José Serra. Naquele ano, o PSDB recebeu R$ 3,9 milhões em doações, valor corrigido pela inflação. Em 2011, as doações foram ainda menores: R$ 2,6 milhões, em valores corrigidos. Em 2013, as contribuições saltaram para R$ 22 milhões.
Essa comparação é feita com os anos em que não houve eleições, porque normalmente as doações aos partidos crescem em anos eleitorais, já que podem ser redirecionadas para o pleito. Os dados constam das prestações de contas da legenda entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
As empresas do ramo da construção civil foram as principais doadoras ao PSDB, contribuindo com cerca de R$ 19 milhões, ou 86% do total angariado. A construtora Queiroz Galvão lidera o ranking, com R$ 8,7 milhões.
Houve também algumas poucas doações de pessoas físicas ao partido, mas todos empresários. O principal deles foi Cixares Libero Vargas, um dos fundadores do grupo paranaense Positivo, que atua nas áreas de educação e informática. Ele contribuiu com R$ 800 mil.
Apesar do salto nas doações, os tucanos obtiveram apenas 27% do que o PT recebeu em 2013, R$ 79,8 milhões, também bancado principalmente por construtoras. No total, a receita do PSDB em 2013 foi de R$ 62 milhões, sendo a maior parte proveniente do fundo partidário (R$ 39 milhões).
O diretor de gestão da executiva nacional do partido, João Almeida, atribui o crescimento nas doações a Aécio, que assumiu a presidência da sigla no ano passado e aumentou a mobilização nos Estados com a realização de eventos e viagens pelo país.
As doações de empresas privadas são, ao lado dos recursos do Fundo Partidário, as principais fontes de financiamento dos partidos e, de modo geral, cresceram em 2013 em relação aos anos pré-eleitorais anteriores.
Atualmente, o STF (Supremo Tribunal Federal) decide se proíbe ou libera doações de empresas a campanhas eleitorais. Já há maioria favorável na corte para acabar com a prática –seis ministros votaram pelo fim dessas doações–, mas um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes adiou o julgamento.
Dívidas
O PSDB conseguiu reduzir em cerca de R$ 3 milhões as dívidas da campanha de 2010, mas ainda tem cerca de R$ 4 milhões pendentes. A principal credora dos tucanos é a Campanhas Comunicação, empresa do jornalista Luiz González, que foi à Justiça para obter o pagamento do débito de R$ 4,2 milhões.
Outras dívidas menores, com empresas de outros ramos, como gráficas e transportadoras, foram quitadas. Procurado, o PSDB informou que quitou uma dívida de 2006 que possuía com González, estimada em R$ 1 milhão, e que fez negociação para começar a pagar a dívida de 2010.
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