Confronto durante operação na Rocinha deixa 8 mortos

Moradores relataram intenso tiroteio no começo da manhã deste sábado (24). Segundo a PM, havia patrulhamento quando houve confronto com criminosos. Parentes relatam que vítimas não tinham relação com tráfico


Uma operação policial na Favela da Rocinha, Zona Sul do Rio, no início da manhã deste sábado (24) terminou em confronto e deixou pelo menos oito mortos.

Segundo a PM, os policiais do BPChoque faziam patrulhamento para encontrar suspeitos da morte do soldado Felipe Mesquita e do morador da favela, Antônio da Silva, o Marechal, mortos em confronto na quarta-feira (21), quando foram recebidos por tiros e reagiram.

Moradores relataram intenso tiroteio, que teve início por volta das 5h30. A polícia afirma que as vítimas tinham envolvimento com o tráfico de drogas, mas moradores e parentes relatam que não houve reação e as vítimas não tinham ligação com o tráfico de drogas.

A corporação informou que os policiais entraram em confronto com criminosos em pelo menos dois pontos da comunidade: na Rua 2 e na localidade conhecida como Roupa Suja. Com eles a polícia apreendeu 01 fuzil, 07 pistolas e 02 granadas.

Mortos em hospital e passarela

  • Na primeira informação ainda na manhã deste sábado, a Polícia Militar disse que seis criminosos feridos foram encontrados e levados para o Hospital Miguel Couto, também na Zona Sul.
  • No início da tarde, a secretaria municipal de Saúde informou que sete pessoas vítimas de disparos de armas de fogo na Rocinha deram entrada no Miguel Couto já mortas.
  • Por volta de 15h, a Polícia Civil informou que oito pessoas foram mortas na Rocinha. Segundo nota, seis foram levadas para o Miguel Couto pela manhã e no ínicio da tarde outros dois corpos foram transportados por moradores até a passarela que liga a favela à Vila Olímpica, onde ficaram até a chegada dos peritos.

Granadas também foram apreendidas na Rocinha - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

'Chegaram esculachando'

Parentes das vítimas começaram a chegar no hospital por volta das 11h. A maioria não quis gravar entrevistas.

O pai de Matheus da Silva Duarte de Oliveira, de 19 anos, contou que o filho foi baleado nas costas. Ele afirmou que o rapaz não tinha envolvimento com a criminalidade e que participava de um baile funk na localidade conhecida como Roupa Suja quando os policiais militares chegaram no local, por volta das 5h50.

“Mataram meu filho. Tinha 19 anos. Sou trabalhador, sou cobrador de van. Eles já chegaram esculachando morador, dando tapa na cara. Mataram meu filho com um tiro nas costas”, disse Márcio Duarte de Oliveira.

Ele acrescentou que o filho estava procurando emprego e que ele sempre dava dinheiro para o filho se divertir no baile funk.

Quase 50 criminosos mortos em seis meses

A Rocinha é alvo de operações constantes desde setembro do ano passado, quando teve início uma guerra entre facções criminosas rivais na comunidade. De acordo com o porta-voz da Polícia Militar, Major Ivan Blaz, neste período foram presos mais de cem criminosos e apreendidas mais de 200 armas.

Além disso, segundo o oficial, 48 criminosos foram mortos. “Infelizmente os marginais da Rocinha insistem em enfrentar a Polícia Militar”, disse o porta-voz da corporação.

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