Dracco do MS participa de operação contra o crime organizado, deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul

Da Redação


Na manhã desta quarta-feira (7), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por intermédio do Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) Passo Fundo deflagrou, a “Operação Fim da Linha”, que está em sua 4ª fase – Do Oiapoque ao Chuí. O objetivo é dar cumprimento de 403 mandados de busca e apreensão, quatro prisões preventivas, busca e apreensão de 187 veículos, sete embarcações e nove aeronaves. As buscas estão sendo realizadas em 113 municípios de 23 estados da federação. Ainda, outros 86 veículos com gravame e indisponibilidade, bloqueio de contas bancárias de 188 de investigados pessoas física/jurídicas e 42 imóveis (TO, RJ, RS, RN, PR, MS, GO) com gravame e indisponibilidade.

A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul está participando da ação, tendo como focal, o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), contando com o apoio das delegacias subordinadas aos departamentos de Polícia Especializada, da Capital e do Interior. São 71 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos só no MS, sendo nos municípios de: Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Amambai, Caarapó, Bela Vista, Corumbá, Nova Andradina, Coronel Sapucaia e Três Lagoas.

Uma equipe do Dracco de MS também foi para Goiânia (GO), para dar apoio no cumprimento de um mandado em uma oficina aeronáutica. 

A operação do Rio Grande do Sul conta com o apoio logístico e operacional da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, através do Projeto M.O.S.A.I.C.O., viabilizando o trabalho integrado entre as Polícias Civis de 23 estados da federação (RS, SC, PR, MS, MT, RO, AC, MG, SP, DF, RJ, RR, ES, CE, RN, BA, GO, PA, AM, MA, AP, TO, PI), no enfrentamento à organizações criminosas dedicadas a lavagem de dinheiro vinculadas a facções criminosas atuantes no RS e também em nível nacional. 

A investigação contou com apoio do Ministério de Justiça e Segurança Pública (MJSP), vinculado à Operação Hórus que é uma operação permanente dos Guardiões da Fronteira, visando coibir crimes fronteiriços em todo território nacional. Estão sendo empregados aproximadamente 1300 policiais civis dos 23 Estados para o cumprimento das 925 ordens judiciais.

Início e objetivos das investigações

As investigações começaram no ano de 2021 visando desmantelar Organização Criminosa dedicada ao tráfico de drogas, contrabando de cigarros e armas em diversas regiões do Estado do Rio Grande do sul. No decorrer das investigações, da “Operação Fim da Linha”, diversas ramificações desta Organização Criminosa foram identificadas, sendo possível comprovar que muitos criminosos comandavam o comércio ilícito de drogas de dentro do sistema prisional, com vinculação, num primeiro momento, à duas das facções criminosas do país: uma com braço forte no Rio Grande do Sul e outra em São Paulo. 

As investigações culminaram em várias ações penais em diversas Comarcas do Estado, todas com o objetivo de investigar as subdivisões desta organização criminosa. No curso dos trabalhos policiais, foi identificado o líder da célula desta organização criminosa que comandava o tráfico na região norte do estado do Rio Grande do Sul, e partir daí, foram realizadas diversas diligências para verificar quem lhe fornecia as drogas, para quem ele as revendia, quem trabalhava para ele, quem transportava seu dinheiro e o dinheiro que dele repartia para as instâncias superiores da facção criminosa.

1ª fase

Em 2 de fevereiro de 2022 foi deflagrada a primeira fase da operação, oportunidade em que foram cumpridos 73 mandados de busca e apreensão e 35 prisões preventivas. Tratava-se de uma extensa rede criminosa com ramificações em vários estados da federação e conexões para a remessa de drogas com as cidades de Capitán Baldo, Pedro Juan Caballero e Ciudad Del Este, todas no Paraguai.

Apenas na primeira fase dessa operação, 37 líderes do tráfico foram presos nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

2ª fase

Em 10/2/22 foi deflagrada a 2ª fase com cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia (GO); Campo Grande; Ponta Porã; Itapema (SC); Joinville (SC) e Gaspar (SC), identificando grupos ligados à lavagem de dinheiro oriundo de organizações criminosas ligadas ao tráfico de vários estados da federação.

3ª fase

No dia 12/7/22, foi deflagrada a 3ª fase com o cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão. Efetuando-se a prisão de mais 18 indivíduos ligados à mesma Organização Criminosa dedicada ao tráfico interestadual e internacional de drogas que age na região norte do Estado do Rio Grande do Sul.

Nestas três fases e no decorrer das investigações (2022 a 2023) a Draco do RS realizou 65 prisões, cumpriu 110 mandados de busca e apreensão, apreendeu 720 kg de maconha e 26,8 kg de cocaína, além de apreensão de dezenas de veículos e bloqueios de contas bancárias. Inclusive diversos investigados continuam presos desde a 1ª fase da “Operação Fim da Linha”.

4ª fase – Investigação de lavagem de dinheiro

A investigação apurou farto conteúdo relacionado ao tráfico de drogas, compra e venda de armas de fogo, contrabando de cigarros e inúmeras operações bancárias, transferências de dinheiro, depósitos, e números de contas bancárias tanto de pessoas físicas, como de pessoas jurídicas, algumas criadas exclusivamente para “lavar o dinheiro” das Organizações Criminosas.

No decorrer da apuração, verificou-se a existência de vários “laranjas” de alto escalão, responsáveis por fornecer suas contas bancárias para o recebimento e repasse dos valores advindos do tráfico para outros escalões da organização.

Constatou-se, desse modo, a existência de quatro investigados importantes, sendo os maiores, B, W, V e H. Com efeito, B movimentou em poucos meses a quantia de R$ 6.029.298,27. Já W movimentou cerca de R$ 36.512.427,16. H (empresa fantasma) movimentou em poucos meses o montante de R$ 94.913.810,33. E por fim, V (empresa fantasma) também movimentou uma quantia alta, em torno de R$ 27.705.177,57.

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