Após suplica, guarda municipal será transferido para presídio

Marcelo afirmava não se sentir seguro onde estava preso

Da Redação


Depois de “suplicar” transferência em bilhete, o guarda municipal Marcelo Rios, de 42 anos, preso no domingo (19), com arsenal de armas, será transferido para presídio, entre hoje (27) e amanhã (28). Rios está preso em cela na Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) e conforme informações do delegado Fábio Pero a vaga do suspeito em unidade prisional já está liberada.

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A “suplica” foi anexada junto ao pedido formal de transferência feita pelos advogados de Rios, Alexandre Gonçalves Franzoloso, Luiz Renê Gonçalves do Amaral e Márcio de Campos Widal Filho.

“Eu Marcelo Rios suplico ao senhor juiz que autorize minha transferência para o CT pois não me sinto seguro onde me encontro preso. Preciso sair daqui urgente”, diz a mensagem escrita à mão.

O Juiz Roberto Ferreira Filho determinou que a transferência para a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) aconteça no prazo de 24 horas. 

A defesa se utiliza do artigo 18 da lei 13.022/2014 que diz que ele como guarda tem direito a cela isolada dos demais presos, quando a prisão acontece antes da condenação definitiva.

Outros dois envolvidos no caso, Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor Kopetski, também presos no Garras, ainda não tem vaga liberada e esperam resposta da Agepen.

Arsenal milionário

No domingo, o Garras, com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, apreenderam dezenas de armas de grosso calibre em poder de Marcelo, no Bairro Monte Líbano, em Campo Grande. No local, a polícia encontrou dois fuzis AK-47, quatro fuzis calibre 556, duas espingardas calibres 12 e 22, 17 pistolas e um revólver calibre 357.  

Além das armas de fogo, foram apreendidos supressores de ruídos (silenciadores), diversos carregadores e munições. Um veículo com restrição criminal por roubo/furto também foi apreendido no local.

A prisão em flagrante de Rios acabou convertida em prisão preventiva, durante audiência de custódia realizada na segunda-feira (20), no Fórum da Capital.

Na quarta-feira (22), com o desdobramento das investigações, policiais fizeram a prisão de Rafael e Robert, suspeitos de envolvimento no caso. Conforme apurado, os servidores são suspeitos de planejarem o sequestro e cárcere privado da mulher do colega preso com o arsenal. Eles foram autuados por obstrução de Justiça.

Milícia 

A suspeita da polícia, ainda de acordo com o que foi levantado, é de existência de uma organização criminosa por trás do esquema das armas e que, com o sequestro, o grupo tinha o objetivo de impedir possível delação por parte de Rios. Para coagi-lo, os criminosos teriam planejado e encomendado a ação contra a esposa dele.

Também existe a suspeita de que mais guardas municipais estejam envolvidos com a quadrilha. O arsenal que pode ter vinculação com crimes de pistolagem ocorridos na Capital e também indicariam a existência de verdadeiros milicianos entre integrantes da Guarda Municipal de Campo Grande.

Esse caso acabou causando mal-estar dentro da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) quando a Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (Sesdes) informou em nota um possível envolvimento de policiais civis e militares no caso.   

O secretário da Sesdes, Valério Azambuja, teria ligado para o secretário da Sejusp Carlos Videira informando do envolvimento de policiais civis e militares no crime.

Em nota, a Sejusp informa que as investigações estão em andamento, e foi determinado que as corregedorias dos órgãos ligados à secretaria investiguem possível participação de servidores neste caso. Se houver qualquer indício de envolvimento, eles vão responder não só na esfera administrativa, como também na criminal”, destacou Videira. Com Correio do Estado  

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