Desde 1998, o nova-andradinense Edenilson Rodrigues trabalha com arte em madeira. Em sua residência, situada no Jardim Imperial, sem muros e a céu aberto, encontra a paz e o sossego para esculpir suas obras.

O artesão reaproveita troncos de árvores e até galhos encontrados nos rios da região para criar peças diferentes e esculturas. É um trabalho detalhista e uma profissão que está se tornando rara. Cada peça é única e feita sob encomenda.

À reportagem, o artista conta que se inspira no trabalho de um escultor de Angélica, Inácio Camargo. Autodidata, Edenilson nunca fez um curso. Tudo é criado “dentro da sua cabeça”. Quando iniciou na atividade, sua ferramenta principal era uma chave de fenda.

Frentista em um posto de combustíveis, Edenilson afirma que o artesanato é uma terapia na sua vida. “Faço minhas obras nas horas de folga. Comecei desenhando letras. Fazia letreiros apenas com uma chave de fenda. Mas, isso demorava tempo, quase 3 a 4 dias para fazer um nome. Aos poucos, as pessoas começaram a pedir coração, flor. Fui buscando informação, aperfeiçoando as técnicas, comprei um jogo de formol para esculpir, evolui e hoje faço um nome em 10 minutos”, diz orgulhoso.

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A facilidade para fazer as coisas se transformarem em esculturas e objetos de decoração em madeira, Edenilson diz que é um dom de Deus.

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Para atender aos clientes, ele faz de tudo um pouco: entalhos, esculturas e obras mais trabalhadas em madeira. Tudo sob encomenda. No município e diversas cidades do Estado como Aquidauana, Três Lagoas, Anaurilândia é possível encontrar suas peças em restaurantes, fazendas e sítios.

Dependendo do grau da dificuldade, o artesão passa até dois meses trabalhando uma só peça. O preço cobrado varia, inclusive, de acordo com o tempo disponibilizado para concluir a obra contratada. “Letreiros, placas, carros de boi, cavalos e outros animais são os mais pedidos. No entanto, já esculpi coisas interessantes como uma mão esculpida numa cuia de tereré, que está na Tereré.com, esculturas de madeira raiz, santos, entre outros”, informa.

Apaixonado pela fauna, a terra e a cultura sul-mato-grossense, Edenilson quis esculpir em madeira uma onça. Porém, o artesão não conseguiu um tronco de árvore do tamanho que precisava e, sem querer, descobriu um novo talento: esculpir em cimento.

“A escultura tem o tamanho real de uma onça, 1,75 por 0,90 de altura. Pesa quase 200 quilos. Como não achava um tronco legalizado, comecei a pesquisar outras opções até chegar no cimento. A estrutura é feita em ferro, revestimento em tela, depois modelada em cimento. Demorei quase 90 dias para terminar, com todos os detalhes em pintura. Foi um desafio, mas gostei do resultado”, explica o artesão.

Tanto capricho e perfeição que é difícil passar por ali e não olhar. Segundo Edenilson, tem muita gente que para e fica espantado. “Teve uma mulher que passou por aqui e ficou até com medo”, brinca o artesão.

No Brasil, onde difícil é ser artista, difícil é a arte de sobreviver da arte num lugar onde poucos dão o seu devido valor, Edenilson revela que hoje é preciso ser mais artista para sobreviver.  “Cresci com minha arte em Nova Andradina e aqui quero mostrar meu talento. Viver do artesanato seria uma felicidade grande, mas sei que não estou diante de uma grande vitrine. Em cidades turísticas, a visibilidade é maior e há mais facilidade para sobreviver da arte. Mas, com a internet e a divulgação das próprias pessoas que admiram o meu trabalho, posso crescer e chegar longe”, encerra.

Serviço

Quem quiser conhecer mais sobre o artesão, pode acessar a página no facebook Edenilson Rodrigues ou no canal do Youtube Edenilson Rodrigues Escultor. Contato: (67) 99907-1876.