Operação prendeu família especializada no tráfico entre Bolívia e Campo Grande

O líder da quadrilha, conhecido como “Gambá”, contava com ajuda da esposa, da mãe e da irmã para enviar dragas para a Capital

Campo Grande News


A Operação Didelphis, deflagrada na sexta-feira (13) pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), revelou um esquema de tráfico de drogas comandado por uma única família de Corumbá. Da fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia, a quadrilha enviava pasta base e também cocaína para abastecer bocas de fumo em toda a Capital.

As investigações que resultaram na operação duraram um ano. Neste tempo, foram 33 pessoas presas, 16 veículos, quatro armas e R$ 7 mil apreendidos, além de aproximadamente 70 quilos de cocaína e pasta base retirados das ruas. A droga seria usada para produzir 200 mil paradinhas, que vendidas somariam mais de R$ 2 milhões para a quadrilha.

O esquema, segundo delegado Hoffman D'Avila Candido de Souza, era chefiado por Tiago da Silva Cuellar, o Gambá, de 31 anos. De Corumbá – cidade a 419 quilômetros de Campo Grande – ele negociava e comprava a droga, contratava “frentistas” e enviava tabletes de pasta base e de cocaína para Capital. “Ele comprava o quilo de cocaína por 3,3 mil dólares e a pasta base por 2,3 mil dólares”, detalhou o delegado.

Gambá ainda contava com toda a família para organizar o esquema. A esposa, Sirlei Paschoal da Silva, conhecida como Silvinha, de 39 anos, administrava a parte financeira da quadrilha. Ela recebia o dinheiro da venda das drogas e usava todo o valor na compra de imóveis. Durante as investigações, a polícia encontrou três propriedades em Campo Grande em nome do casal e apreendeu um Chevrolet Cruze com Tiago.

Quando Tiago precisava sair da cidade, era a irmã dele que assumia os “negócios”. Tatiana Regina da Silva, de 39 anos, ficava responsável por negociar a droga e enviar as cargas para Campo Grande quando o irmão vinha para a Capital. A mãe dos dois, distribuía a droga dentro de Corumbá e comandava uma boca de fumo na cidade.

Em Campo Grande, o braço direito de Tiago era Wagner Luis Carrera Caraffa, de 26 anos. Era ele o responsável por receber e distribuir as drogas para bocas de fumo de toda a cidade. Para isso também contava com a ajuda da esposa, Adriana dos Santos, de 39 anos, e de Anderson Alves Spadini, de 32 anos.

Conforme o delegado Gustavo Adolpho Bianchi Ferraris, titular da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), Anderson ainda levava o dinheiro dos pagamentos até Tiago, em Corumbá. Ele e Wagner, já estavam presos desde o começo das investigações.

A polícia ainda prendeu Maikol Barbosa Carneiro, de 32 anos, que trabalhava como intermediário nas negociações de droga com Anderson. Dono de uma oficina de carros, Fábio Nilsons Ribeiro da Silva, de 35 anos, foi preso por fornecer veículos para a quadrilha distribuir cocaína e pasta base pela Capital.

 

Nos bairros

Outras cinco pessoas foram presas por envolvimento no esquema de tráfico. Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, os policiais encontraram porções de droga na casa de Laura Adriana Alves Ribeiro e do marido dela, Júlio César, de 41 e 33 anos.

Os dois foram presos em flagrante, mas o alvo da ação era a filha da mulher, Paula Naira Alvares Ribeiro Maia, de 32 anos. Ela foi encontrada em outro endereço, e também foi presa. A mulher cumpria prisão domiciliar desde o começo do ano, quando foi flagrada com pasta base de cocaína, arma e munições e agora voltou para o presídio. A família comprava a droga de Anderson e revendia na região do Jardim Aeroporto.

Josiane Aparecida de Carvalho, de 29 anos, também revendia em Campo Grande a droga enviada de Corumbá por Tiago, e por isso, era alvo de prisão preventiva. Na sexta-feira, ela e Kamila Vicente de Maura, de 18 anos, foram flagradas com porções de pasta base no Jardim Nhanhá.

Operação

No total, as ações de sexta-feira prenderam 14 pessoas – 11 preventivamente e três em flagrante – e cumpriram 16 mandados de busca e apreensão. O nome da operação faz referência ao nome científico de Tiago, o "Gambá".

Participaram da ação policial, coordenada pela Denar, 48 policiais civis, com equipes da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), Garras (Delegacia de Repressão de Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos) e Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), além de sete policiais rodoviários federais e policiais civis e militares da região de Corumbá.

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