Arma que matou jornalista foi usada em outras 7 execuções em Pedro Juan Caballero

Descoberta foi feita através da balística forense feita em Assunção, identificando em cartuchos recolhidos na casa de Léo Veras

Midiamax


Os tiros que atingiram o jornalista brasileiro assassinado Lourenço Veras, 52 anos, o Léo Veras, foram disparados de uma pistola Glock 9 mm. Esta mesma arma foi utilizada em execuções de ao menos outras sete pessoas na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, vizinha a sul-mato-grossense Ponta Porã.

Todos os crimes estariam relacionados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), publicou a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).

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Exame de balística forense feita em na capital Assunção, identificou em cartuchos recolhidos na casa de Léo, o mesmo padrão de marca produzido pelo percussor da pistola no instante do disparo, que é uma espécie de impressão digital, única para cada arma.

Autoridades envolvidas na investigação do assassinato confirmaram a informação à Abraji. Mesmo com a descoberta, ainda segundo as investigações, nenhuma testemunha ou familiar prestou depoimento formal ao Ministério Público de Pedro Juan Caballero e Assunção.

Um policial em um carro descaracterizado está em frente da casa da família, no bairro Jardim Aurora, fazendo a segurança.

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A força tarefa trabalha em cinco linhas de investigação que poderiam ter motivado a execução. Entre elas estão dois assassinatos e um desaparecimento, no segundo semestre de 2019. As duas vítimas, uma delas um adolescente de 14 anos, foram torturadas, baleadas e tiveram os corpos esquartejados e queimados.

Outro caso foi a apreensão de armas e drogas da facção, noticiada com exclusividade por Veras, que estaria apurando o envolvimento de policiais paraguaios na proteção aos traficantes. Léo também foi o primeiro a noticiar uma ação que resultou nas prisões de três integrantes do PCC foragidos da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, publicada quatro dias antes de sua execução.

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