Agronegócio foi o segmento que mais investiu em energia solar em 2020

Da Redação


De acordo com Alexandre Borin, gerente comercial da Fronius do Brasil, o agronegócio é o segmento de mercado que mais cresceu e investiu em energia solar fotovoltaica em 2020.

Para o especialista, isso ocorreu devido ao aumento do faturamento das empresas ligadas à exportação e da elevação nos preços da energia elétrica devido à variação cambial. “Conversando com parceiros, eles relataram estarem com muitos projetos em cooperativas, aviários e com produtores rurais. Ou seja, estão consumindo muito mais inversores trifásicos do que monofásicos”, relatou. 

“Na Fronius, por exemplo, tivemos maior crescimento nas linhas Symo e Eco, que são trifásicas. Elas não correspondem pela maioria dos negócios da empresa, no entanto, se olharmos o crescimento este ano, expandiram mais do que a linha monofásica”, destacou Borin. 

Ademais, segundo ele, o agronegócio puxa o crescimento do setor fotovoltaico por possuir, por si só, uma pegada mais sustentável, seja no próprio cultivo das lavouras ou dos insumos, e pela estabilidade na geração de energia que tal segmento traz para os consumidores.

“Nas propriedades rurais, por estarem mais distantes dos centros urbanos, a energia chega com uma certa instabilidade do próprio sistema. Os produtores optando por usar a solar vão possuir uma fonte mais estável de geração do que até, às vezes, a rede da concessionária, que entrega a energia com uma flutuação”, explicou.

O executivo disse ainda que o agronegócio foi o setor que não parou de comprar, ao contrário, impulsionou e até compensou uma boa parte da retração que os mercados industrial e residencial vivenciaram nos últimos trimestres por conta da pandemia. 

“Todos os fabricantes, distribuidores e integradores que estavam apostando nesse segmento obtiverem bastante sucesso. Um dos nossos distribuidores, inclusive, relatou que o agronegócio foi o que salvou o faturamento esse ano”, concluiu.

Agronegócio cresce 100% em 2020

Segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), a energia solar em propriedades rurais atingiu, entre janeiro e novembro deste ano, 320 MW de potência, uma alta de 100% frente aos 160 MW registrados no mesmo período do ano passado.

A região que liderou essa expansão foi o Sudeste do país, que contabilizou 138,5 MW, um crescimento de 135% em relação aos 58,8 MW do ano anterior. Em segundo aparece o Sul, com 77,5 MW, e em seguida o Centro-Oeste, com 74,5 MW.

Já o estado que aparece na primeira colocação é Minas Gerais, com 102,7 MW instalados nos primeiros 11 meses de 2020 - o que corresponde um aumento de quase 130% em comparação com os 45,2 MW de potência registrados no período homólogo. Na segunda colocação está o Rio Grande do Sul, com 44 MW, e em terceiro o Mato Grosso, com 41,5 MW.

Projetos solares no agronegócio

Uma das empresas que decidiram apostar na energia solar foi a Buriti Armazéns Gerais, localizada no município de Jataí (GO), que atua no comércio de cereais e de beneficiamento e armazenagem de grãos. A companhia investiu R$ 1,6 milhão para adequar a sua planta de 4 mil m² a um sistema fotovoltaico. 

A usina, que possui 408 kWp, conta com 12 inversores Fronius e 1.200 módulos instalados. A economia gerada já é de quase R$ 750 mil em gastos com energia elétrica. “Antes da instalação do projeto, gastávamos entre R$ 70 e R$ 119 mil mensais com a conta de luz. Agora, pagamos apenas o valor da demanda contratada, em torno de R$ 10 mil, conforme o período”, relatou Vinicius Ribeiro Araújo, gerente do empreendimento, calculando uma economia média de R$ 75 mil por mês.

Segundo ele, o payback de quatro anos aliado a uma fonte de geração sustentável, está permitindo reduzir drasticamente os custos da empresa, os quais poderão ser redirecionados para modernização e contratação de mão de obra.

Além disso, de acordo com a Fronius, o sistema foi projetado para suprir 100% da energia consumida em horário de ponta. O excesso de produção está sendo rateado para duas residências, quatro fazendas, uma agrotécnica e uma academia de musculação, do mesmo proprietário, proporcionando uma economia ainda maior para o grupo.

Para Guilherme Souza, responsável técnico da M&F Solar Group, responsável pela instalação do sistema fotovoltaico da Buriti, pelo fato de a empresa estar sediada na cidade de Jataí (GO) - que é o maior produtor de milho do país e está entre os 10 maiores produtores de soja nacionais - a implantação de sistemas fotovoltaicos em empresas do agronegócio representa 80% dos seus clientes e tem crescido cada vez mais.

“Além da possibilidade de reduzir despesas a curto, médio e longo prazo, a oportunidade de gerar a própria energia permite, tanto ao pequeno quanto ao grande empresário do ramo, ter disponível energia de qualidade. E particularmente no projeto da Buriti Armazéns Gerais, a instalação de 12 inversores Fronius Eco-27.0-3, cada um responsável por gerar cerca de 8% de toda a energia, permitiu a descentralização e a otimização do sistema como um todo”, destacou Souza. Com Mateus Badra, Canal Solar

Cobertura do Jornal da Nova

Quer ficar por dentro das principais notícias de Nova Andradina, região do Brasil e do mundo? Siga o Jornal da Nova nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. Acompanhe!