Córrego do Baile está ''sangrando'' e pode ser ''estancado'' somente daqui a 30 anos

Erosões degradaram o leito do Córrego que foi sumindo ano a ano

Da Redação


Córrego do Baile, por muitos anos foi explorado na extração de areia, próximo da cabeceira a ponte que liga o perímetro urbano de Nova Andradina ao bairro Laranjal, e, por muitos anos e ainda é, a diversão de milhares de pessoas que passam todos os anos banhando nele em épocas de temperaturas quentes, mas isso, pode acabar literalmente, caso não seja resolvido por vez, os casos das erosões da Fazenda Baile e da Fazenda São Domingos.

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O solo no leito do Córrego do Baile apresenta um grande desgaste, haja vista que a vegetação do entorno quase não é perceptível, bem como o próprio Córrego – pois, encontra-se em um intenso processo de assoreamento.

Numa extensão em mais de 2 mil metros de distância entre uma erosão e outra, a vegetação verde no local acabou, foi assolada, essa recuperação pode chegar a 30 anos, caso seja feito um trabalho para resolver de vez os processos erosivos.

 

“Com uma biodiversidade diversificada, o impacto do Córrego do Baile em nossa região é muito agressivo, é grande, foi muito afetado, se fizerem um serviço correto, bem feito, a recuperação é no mínimo de 30 anos, mas friso, se fizerem um serviço adequado”, disse ao Jornal da Nova o engenheiro Ambiental Rodrigo Caeté.

Em 28 de maio de 2019, uma reportagem do Jornal da Nova mostrou a mudança na coloração das águas do Córrego do Baile e quatro dias depois, diferentes setores do poder público se manifestaram sobre o caso, garantindo que tomariam providências para “salvar” o local. 

Na época, a mudança na cor das águas foi registrada há de mais de 60 dias e já teria sido verificada pela PMA (Polícia Militar Ambiental) em Batayporã, que fez os levantamentos necessários para encaminhar o relatório a Promotoria de Meio Ambiente. 

Durante as averiguações, foi constado que uma parte da nascente, localizada na Fazenda São Domingos, foi prejudicada em decorrência de uma grande erosão, fazendo com que o barro caia em um canal que leva direto ao Córrego, com isso, o assoreamento devastou o ecossistema.

 No leito do Córrego há muito lixo - Foto: Jornal da Nova

A reportagem também apurou em 2019 que, ao longo da voçoroca até ao curso da água do Córrego do Baile, havia a presença de lançamento de efluentes domésticos, proveniente do lançamento clandestino na rede de água pluvial que descia pela erosão.

Neste domingo (25), a reportagem percorreu uma parte que no passado era verde pelas matas ciliares, tinha água com mais de um metro de meio de profundidade, hoje, já não se vê mais nada de matas e pouca água corrente.

Vale notar que esse problema ambiental vem aumentando no decorrer dos últimos anos, segundo informações de populares residentes e frequentadores daquela região. Os mesmos apontam que antes da erosão da Fazenda São Domingos, o local já apresentava problemas ambientais devido a degradação ambiental da Fazenda Baile.

“Nessa paisagem, é preciso frisar que o homem quase sempre não convive em conformidade com o meio ambiente, na produção e reprodução deste cenário. O assoreamento é um reflexo disso”, destaca um morador de uma fazenda próxima que estava no local observando a devastação.

Área verde não se vê no leito do Córrego na região devastada pelas erosões - Foto: Jornal da Nova

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