IFMS inicia oferta de especialização voltada às relações étnico-raciais em Nova Andradina

Curso foi aberto no último sábado (19), com apresentação e aula inaugural. Oferta é realizada pela primeira vez na instituição

IFMS


O Campus Nova Andradina do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) promoveu a abertura da pós-graduação lato sensu em Educação para as Relações Étnico-Raciais no último sábado (19). 

As atividades foram realizadas durante o dia todo, sendo uma parte delas na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a outra, de maneira virtual. A especialização é ofertada pela primeira vez na instituição e se destina a portadores de diploma de nível superior em qualquer área de formação. 

No período matutino, foi feita a apresentação do curso pela coordenadora, Marcela dos Santos, docente de Língua Portuguesa do IFMS. Também participaram o diretor-geral do campus, Claudio Sanavria, e a coordenadora da Regional de Educação, Silvia Maria dos Santos, além dos 22 estudantes que farão a especialização. 

“A nossa educação possui valores eurocêntricos, ou seja, se baseia em padrões do colonizador. Nesse sentido, a pós-graduação busca desconstruir conceitos que estão fixados na mente coletiva. O objetivo principal é construir novas pontes, possibilitando outra maneira de se pensar a inclusão daqueles que foram historicamente rejeitados e deixados à margem da sociedade”, explica Marcela. 

Enfrentamento ao racismo - Já a aula inaugural ocorreu no período vespertino, de maneira virtual, e foi proferida pelo professor de Sociologia do Campus Três Lagoas do IFMS, Guilherme Tommaselli, com o tema “A necessidade de combater o nazismo e o racismo na educação”. 

Baseando-se em sua própria produção acadêmica e nas contribuições do pensador alemão Theodor Adorno, no que diz respeito ao papel da educação para a emancipação, o docente enfatizou o papel da escola nos processos históricos que afetam diretamente a população negra. 

"Partimos do pressuposto de que tanto o nazismo quanto o racismo são crimes previstos na Constituição brasileira e no nosso Código Penal, portanto não devem ser reproduzidos em um ambiente de ensino. São fenômenos sociais que têm um elemento comum, o processo de racialização, que provoca uma série de problemas de ordem social”, destaca. 

Especialização

Busca possibilitar a formação com ênfase em aspectos políticos, pedagógicos e didáticos no campo da educação para as relações étnico-raciais, valorizando as culturas negras e indígenas, além de observar a produção e a difusão do conhecimento que promovam a superação dos conflitos gerados pela discriminação na sociedade brasileira. 

O curso destina-se, principalmente, aos trabalhadores da educação e graduados em diversas áreas que tenham interesse em contribuir para formação de uma educação mais democrática e que valorize o respeito à diversidade étnico-racial na sociedade brasileira. 

A pós-graduação será desenvolvida em regime modular, com carga horária de 360 horas, acrescidas de 60 horas para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). 

A especialização será presencial, com a possibilidade da oferta de algumas disciplinas a distância. As aulas presenciais serão ministradas quinzenalmente, aos sábados. Apenas no primeiro mês, os encontros serão realizados toda semana. 

Mais informações estão disponíveis na página da especialização em Educação para as Relações Étnico-Raciais.

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