Onda da manhã

Às vezes a cidade tem a força de esgotar psicologicamente uma pessoa, e o melhor refúgio é estar perto da Natureza. Em uma dessas fugas mentais, fui com minha esposa e meus sogros para um rancho às margens do Rio Paraná. A partir do primeiro contato com a Natureza, já me senti revigorado.

Ouvir as ondas arrebentando na praia, era como ver todos os problemas se arrebentando com elas.

Estava ventando muito, e um pouco frio; por isso não conseguimos aproveitar muito o primeiro dia. Porém, mesmo com essas condições, não deixei de mergulhar nas águas do Rio Paraná.

Mas vou me atentar aqui para o segundo dia, mas especificamente a parte da manhã. Levantei-me às cinco e meia, peguei um pouco de café e fui para perto do rio. Olhei para as águas e disse:

— Bom dia!

Um vento manso trouxe uma pequena onda para perto de mim, era como se eu ouvisse a Natureza dizendo: “Bom dia”.

Sei que foi apenas minha fértil imaginação, que aquela era somente mais uma onda dentre tantas outras. Mas sou do tipo que acredita que a Natureza nos ouve e nos responde e, quando somos gentis com ela, ela é gentil conosco.

Passado algum tempo, minha esposa me chamou para tirarmos algumas fotos. Eu disse a ela:

— Eu gosto de registrar esses momentos na memória, porque lá eles têm a emoção da experiência.

— Eu já gosto de tirar fotos, porque eu posso sempre voltar a elas e relembrar. — Respondeu minha esposa.

Tiramos algumas fotos e aproveitamos ao máximo o rancho, eu até fiquei a maior parte do tempo descalço, para sentir melhor a areia e a grama sob meus pés e assim aprofundar o meu contato com a Natureza.

Apesar de ser uma viagem simples, eu voltei renovado. Porque acredito que a vida é para ser vivida, mesmo na sua simplicidade. Desde que estejamos em um lugar de paz e com as pessoas que amamos, o mundo fica um lugar bom para se viver.

*Estudante de contabilidade, morador em Nova Andradina e autor de livros

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal da Nova