Suspeitos usavam Google Earth para localizar fazendas e furtar equipamentos agrícolas

Polícia Civil de Batayporã deflagrou Operação Triton nesta quinta-feira (6), em Nova Alvorada do Sul

Da Redação


A “Operação Triton” deflagrada pela SIG (Seção de Investigações Gerais) da Delegacia de Polícia Civil de Batayporã nesta quinta-feira (6), na cidade de Nova Alvorada do Sul, prendeu Mateus Benites Rodrigues, de 23 anos, por força de mandado de prisão preventiva, e também foi preso preventivamente Vitor José Pototski, de 21 anos, rapaz bem influente naquela cidade, inclusive o nome da operação originou devido ele possuir uma caminhonete Mitsubishi/L200 Triton. Eles confessaram o crime de furto de equipamentos agrícolas ocorridos em junho deste ano na fazenda Jaguaretê e na estância Santa Izabel, em Batayporã.

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Conforme apurou o Jornal da Nova, um terceiro envolvido, de 26 anos, que não foi preso, mas junto com Mateus Benites, confessou ao menos 12 crimes em várias regiões do Estado, com alguns na região do Vale do Ivinhema, já Pototski confessou apenas o de Batayporã e é apontado como o mentor do crime e o negociador da res furtiva.

A ação teve apoio das Delegacias de Taquarussu e Nova Alvorada do Sul, bem como da Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira).

 Material apreendido durante a operação - Foto: Divulgação

O levantamento preliminar indicou que as subtrações, em tese, consubstanciam o crime previsto de furto qualificado pelo concurso de pessoas, majorado por ter sido praticado no período noturno, que gera uma pena de reclusão de 2 a 8 anos, majorada de 1/3.

“Necessário pontuar que não se trata de mero furto de maquinário agrícola comum, mas sim de equipamentos telemáticos que funcionam de forma integrada, acoplados à veículos de pulverização de substâncias utilizadas no plantio e manutenção da safra, bem como de veículos utilizados para a colheita (trata-se da agricultura de precisão)”, destacou o delegado titular de Batayporã Caio Buose Bazoti.

 Luvas apreendidas na operação - Foto: Divulgação

Para localizar os alvos, os suspeitos utilizavam de tecnologia, pelo computador ou até mesmo aparelho celular usavam o Google Earth, que é um programa de computador com imagens de satélite que com aproximação pode ser ver propriedades rurais, dali, eles calculavam lavouras, galpões e equipamentos, ora dava certo, ora dava errado por ter cachorros ou a propriedade ser mais difícil de entrar, mas muitas vezes os produtores rurais ou funcionários deixam os maquinários no campo, facilitando os ladrões.

“Tais equipamentos, embutidos com tecnologia GPS e de georreferenciamento, possuem alto valor agregado, e são vendidos por concessionárias autorizadas por empresas estrangeiras, no caso, a John Deere (Deere & Company)” frisa o delegado.

Crimes no Estado

Nesse passo, aponta-se que no contexto do Estado de Mato Grosso do Sul, que se destaca na produção agrícola em nível nacional, constatou-se um aumento alarmante de furtos e receptações de equipamentos da referida natureza.

 Armas e munições apreendidas na operação - Foto: Divulgação

Segundo o titular da Delegado (Delegacia de Combate a Crimes Rurais e Abigeato), são mais de 20 ocorrências de furtos de GPS de máquinas agrícolas em 2022, com pelo menos R$ 5 milhões em prejuízos diretos.

“Todavia, tais subtrações também ocasionam prejuízos reflexos, pois influenciam toda a cadeia produtiva, eis que sem os equipamentos, os trabalhos são inviabilizados, podendo até mesmo ocasionar quebra na lavoura, daí atingindo os pagamentos dos funcionários envolvidos, os preços dos produtos, seguro e taxas de financiamento, o inadimplemento de fornecedores, enfim, de várias outras atividades correlatas à agricultura”, explica Bazoti.

E o delegado finaliza: “Por isso, a Polícia Civil tem atuado diligentemente no esclarecimento dos furtos de tais equipamentos, de modo que são visados tanto os responsáveis pela subtração que é furto qualificado pelo concurso de pessoas, majorado por ter sido praticado no período noturno, com pena de reclusão de 2 a 8 anos, majorada de 1/3), quanto pela receptação de reclusão de 1 a 4 anos e multa. Contudo, é certo que o aprofundamento das investigações poderá indicar a prática também de lavagem de dinheiro – reclusão de 3 a 10 anos e organização criminosa com mais reclusão de 3 a 8 anos”.

Um dos presos na operação - Foto: Divulgação

A operação resultou nos dois principais alvos presos, Mateus Benites e Vitor José e o terceiro envolvido identificado e detido pela Defron, após ouvido foi liberado, mas será indiciado. A Polícia Civil foi em quatro endereços relacionados a eles, distribuídos na área urbana e na área rural. A partir do cumprimento dos mandados, novas linhas investigativas serão traçadas e executadas.

Armas de fogos foram apreendidas, munições, documentações e aparelhos celulares, dois deles quebrados, que, ao verem a chegada dos policiais, Vitor e o suspeito, de 26 anos, quebraram seus celulares.

Novas linhas investigativas serão traçadas e executadas - Foto: Divulgação

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