O hábito da leitura: uma responsabilidade da comunidade escolar

Como pais e professores podem colaborar com a leitura dos alunos

Da Redação


“Me sinto estranho.” “Apesar de ter tido um dia alegre, me sinto estranho.” “Meu dia, apesar de ter sido muito feliz, com muitas atividades e brincadeiras, acabou frustrado pelo fato de eu e um colega termos nos desentendido de forma desnecessária.” O exemplo é hipotético, mas explica a importância da leitura na formação de uma pessoa.

Não são raras as vezes que nos deparamos com uma situação em que não conseguimos nos comunicar direito porque um dos interlocutores não possui habilidades para elaborar um argumento. Em outras, encontramos dificuldades para expressar um sentimento ou ideia.

Saber se expressar, criar capacidade de desenvolver ideias, fazer boas escolhas, concordar e discordar com elaboração argumentativa, se tornar criativo, ter a habilidade de compreender novas possibilidades, melhorar a comunicação oral e escrita… Todas essas virtudes têm em comum um fio condutor: a leitura.

São incontáveis os estímulos que a leitura provoca nas pessoas. Apesar de nunca ser tarde para começar, é na adolescência que os vínculos entre os leitores e o mundo dos livros podem se tornar mais fortes e atraentes ou simplesmente deixar de existir. Consequentemente, todos os benefícios decorrentes deste hábito começam a se formar nesta fase da vida.

Uma etapa tão decisiva como a adolescência deve ser bem assistida e orientada. Isto porque é a partir dos 11 anos que o indivíduo passa a criar habilidades, agora não apenas ligadas às funções motoras, mas de cognição.

Nesta fase da vida, o conhecimento se conquista através de alguns processos: linguagem, atenção, imaginação, percepção, juízo, memória, associação e pensamento. E, para passar por esses processos de forma satisfatória, é necessário ter muito comprometimento, auxílio e compreensão por parte da comunidade escolar.

A comunidade escolar como incentivadora, inspiradora e mentora

No processo de preparar um adolescente para todos os desafios do mundo, a comunidade escolar é parte fundamental. Diretores e coordenadores pedagógicos precisam organizar e elaborar o projeto pedagógico escolar, desenvolver cursos de formação para que os professores estejam sempre atualizados, conduzir e compreender o ensino e o processo de aprendizagem das aulas e organizar reuniões entre os responsáveis dos alunos e a equipe de ensino.

Já os professores são a linha de frente do processo de aprendizagem. São eles que vão lidar diariamente com as facilidades e dificuldades dos adolescentes e, a partir delas, desenvolver suas capacidades cognitivas. Os professores, claro, são responsáveis pela transmissão do conhecimento para os alunos.

Na comunidade escolar, os pais possuem uma das missões mais desafiadoras, já que não possuem nenhuma formação pedagógica, ao passo que, em casa, precisam acompanhar e incentivar os estudos de forma amena, mas disciplinada. E é na adolescência, quando o aluno alcança o Ensino Fundamental 2, que esses conflitos emergem.

Como incentivar a leitura

Vimos a importância da leitura para a construção do leque de conhecimentos que acompanharão os adolescentes para além da fase adulta. Mas, em um mundo altamente virtual, como incentivar o hábito da leitura nos jovens? Compilamos algumas dicas para os pais ajudarem seus filhos adolescentes:

1) Não impor a leitura e sugeri-la em áreas de interesse

Para tornar a leitura um hábito, é preciso sentir prazer com os livros, e não os ter como uma obrigação monótona. O começo da vida de um leitor tem que passar longe do eruditismo e dos pensamentos complexos. As emoções são o que mais vale no momento de incentivar o adolescente a ler um segundo, um terceiro e quarto livros.

Entender quais são as áreas de interesse do adolescente é muito importante. Por exemplo, um fã de futebol pode ler um livro escrito por Pep Guardiola, ex-treinador do Barcelona.

2)  Best-sellers e livros de personagens e enredos conhecidos

Best-sellers são diferentes dos clássicos, da alta literatura. Os livros populares têm uma trama envolvente e conflitos fantásticos, ótimos para uma leitura atenta e imersiva. Os roteiros e personagens mundialmente conhecidos, como Harry Potter e Mafalda, são boas dicas para incentivar nossos adolescentes.

3)  Usar a leitura para temas do cotidiano

Clarice Lispector é um dos maiores gênios da literatura brasileira. A densidade das tramas psicológicas que seus personagens enfrentam, no entanto, não faz parte da vida cotidiana de um adolescente de 11 anos.

Já a curiosidade sobre o mundo e as indagações sobre o que é a vida e seus mistérios, enredo vivido por Sofia, no livro O Mundo de Sofia, é algo muito mais próximo da curiosidade adolescente. São perguntas frequentes que podem ser assunto no cotidiano de colegas de classe.

4)  Dar o exemplo

Em casa de leitores, é difícil o mais novo não se interessar pelos livros. Pais que leem frequentemente têm muito mais recursos para incentivar a leitura. Para um futuro leitor assíduo, é importante ter o exemplo dentro de casa.

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