Índices econômicos brasileiros refletem falta de educação financeira

A falta de educação financeira afeta o bolso e a vida dos consumidores, e, em grande escala, traz consequências a toda a cadeia econômica e de consumo do país

Da Redação


Segundo o levantamento da Serasa, com dados de janeiro de 2023, o Brasil conta com 70,09 milhões de pessoas inadimplentes. Esse número cresceu, em relação ao mês anterior (dez/2022), quando eram 69,43 milhões de brasileiros com o nome restrito.

Somado a esse dado preocupante de inadimplência, a economia brasileira fechou 2022 com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, em 5,79% acumulados no ano. Ainda, a taxa Selic, que é a taxa básica de juros, está nos dois dígitos, com 13,75% ao ano.

Todas essas informações combinadas levam à corrosão do poder de compra do consumidor, que vê suas finanças pessoais em contexto negativo.

Alguns tipos de serviços e produtos financeiros não são saudáveis para o bolso do brasileiro. Por exemplo, o cheque especial e os juros rotativos – aqueles que incidem sobre o crédito quando este não é quitado totalmente, como quando o consumidor não paga o valor total da fatura do cartão de crédito – são modalidades de crédito com taxas de juros altíssimas, em comparação com outras modalidades. 

Também, alguns produtos de investimento e poupança de dinheiro poderiam ajudar a saúde financeira de muitas famílias. 

Contudo, um grande número de pessoas não tem acesso a informações sobre finanças, o que prejudica a sustentabilidade de seu orçamento.

A falta de educação financeira entre a população afeta tanto as finanças pessoais, no âmbito particular das famílias, quanto a economia, no geral, que é afetada pelo grande número de devedores e desempregados.

 

Falta de educação financeira resulta em más escolhas financeiras e gerenciamento da renda

A educação financeira é a instrução sobre a administração da renda pessoal. Essa disciplina tem o intuito de que as pessoas se tornem mais conscientes em relação às suas finanças. Tudo isso considerando riscos, oportunidades e, principalmente, o futuro. Como lidar com as finanças hoje e como as escolhas afetam o futuro.

No entanto, apesar de esse conhecimento ser muito importante para a vida prática de todos, ele ainda está distante da maioria das pessoas. Tudo isso contribui para que muitos brasileiros não saibam gerenciar bem suas finanças e, consequentemente, suscite os dados mencionados no início deste conteúdo.

Mesmo assuntos básicos não estão ao alcance de todos, o que pode explicar a alta aderência das pessoas por contratarem o cheque especial, modalidade de crédito com alta taxa de juros. Esse tipo de escolha torna o crédito não uma solução para as finanças, mas, sim, um novo problema, já que resultará em uma dívida posteriormente.

Educação financeira

Falar sobre educação financeira não serve apenas para tratar de assuntos complexos e técnicos, mas, sim, para instruir sobre tópicos básicos do dia a dia, como:

  • Fazer um consumo mais consciente;
  • Aprender conceitos básicos de investimento, como título de capitalização, poupança, tipos de investimentos e riscos;
  • Saber como poupar dinheiro, sem que isso afete o padrão de vida da família;
  • Pesquisar sobre tipos de modalidade de crédito, para saber qual a melhor opção para determinada situação;
  • Como entender um boleto;
  • Entre outros.

Sendo assim, a educação financeira não é algo irrealizável e distante, mas, ao contrário, ela se adequa à realidade de todos os cidadãos, já que considera as possibilidades, a renda e todas as variáveis de cada família. 

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