Passado, presente e futuro da Inteligência Artificial

Da Redação


De repente, parece que o mundo descobriu a Inteligência Artificial. Do dia para a noite, todos começaram a falar sobre suas capacidades, aplicações, implicações e riscos. Há aqueles que admiram as façanhas da IA, como fazer a falecida Elis Regina cantar com sua filha em um comercial de automóvel. E há quem tema pelo fim da humanidade em um curto espaço de tempo, esperando um cenário apocalíptico digno de filmes de ficção científica.

Antes de escolher um lado entre admiradores e detratores, convém ponderar com calma (ainda que a temperança seja mercadoria rara nos dias de hoje). Para tomar uma decisão embasada, basta fazer como as maiores mentes de todos os tempos, e olhar para a história.

Porque sim, a inteligência artificial não é algo novo. Ela já está na pista há um bom tempo. Na verdade, ela surgiu um segundo depois de inventarem os computadores. Foi a partir dali que começou o sonho de fazer uma máquina “aprender”. Porém – aqui já vai um dado importante – ela não “aprende” de fato. Ela compila dados, informações, e altera seu próprio algoritmo com base nesses dados. Uma máquina não é capaz de analisar, raciocinar e conjecturar tal como um cérebro humano.

Ainda assim, hoje vemos programas que são capazes de falsificar grandes autores, como Fernando Pessoa ou Clarice Lispector (essa já vastamente falsificada por internautas humanos). O que as IAs fazem, na verdade, é compilar os textos dos autores, identificar padrões e reproduzi-los. A IA nunca vai escrever um livro. Ela fará uma colagem que, não obstante, parecerá muito com um livro verdadeiro.

No início, eram os jogos

Foi um longo caminho desde que os primeiros desenvolvedores começaram a trabalhar uma IA. No início, eles usavam jogos para criar os protocolos da inteligência artificial. Aprendendo as regras – que nada mais são que um algoritmo – as IAs conseguiram, rapidamente, jogar e vencer no xadrez e nas damas. Porém, ao tentar o poker, o desafio mudou para outro patamar, e permanece até hoje. Por ser um jogo de informações incompletas, faltam dados para o computador tomar decisões 100% corretas, sem riscos.

E o poker é um bom exemplo das limitações que existem para essa ciência. Porque além de não ter todas as informações – ela não sabe as cartas que estão nas mãos dos adversários, nem quais cartas serão abertas no flop, turn e river, e também há uma variação de comportamento que é imensurável. Trata-se do blefe.

Blefar bagunça o “raciocínio” da máquina, na medida em que pode dar uma indicação falsa da mão do jogador. Novamente, faltarão dados para que se possa tomar uma decisão 100% correta. Um robô jogando poker irá fazer contas baseadas em probabilidades e seguir o caminho da maior chance. Mas não é uma garantia. Um jogador humano, nesta situação, tentaria ler o adversário, procurando expressões, tiques ou talvez uma gota de suor escorrendo pela testa. Há quem diga que, em um futuro próximo, um computador conseguirá fazer tudo isso, e até melhor – talvez captando um aumento no batimento cardíaco, ou uma mínima dilatação da pupila. Se assim for, um jogador de poker profissional, que hoje treina bem a “poker face” para não dar dicas ao adversário, precisará praticar meditação profunda antes de sentar-se à mesa de jogo.

 

Se não pode vencê-la... junte-se a ela

O fato é que a especulação sobre a IA, hoje em dia, cresceu exponencialmente. Junto com ela, surgiram as oportunidades. Sim, porque com tantos campos onde a inteligência artificial pode ser aplicada, a demanda por mão de obra especializada está aumentando. A tecnologia da informação é a profissão do futuro, e o futuro já começou.

Novamente, olhando para a história, já houve diversos “inimigos” da humanidade, inovações que, para as pessoas daquele tempo, pareciam mais ameaças do que progresso: vacinas, televisões, biquinis... A inteligência artificial, por si só, não é boa nem ruim. Ela é só uma poderosa ferramenta. E, como toda ferramenta, tem muita utilidade, se usada corretamente e responsavelmente. Se um dia a IA se tornar um monstro, e fizer mal a humanidade, a culpa certamente não será dela, mas sim de seu criador.

Cobertura do Jornal da Nova

Quer ficar por dentro das principais notícias de Nova Andradina, região do Brasil e do mundo? Siga o Jornal da Nova nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. Acompanhe!