Pais são presos por deixarem crianças trancadas comendo ração em Campo Grande

Os filhos, de 4 e 8 anos, ficavam presos com alimentação restrita à ração de cachorro, além de viverem em condições insalubres

Luis Gustavo, Da Redação


Um casal foi preso, nessa sexta-feira (29), suspeito de manter os filhos em cárcere privado, em um apartamento em Campo Grande, e irá responder pelos crimes de maus tratos e tortura. A informação é da conselheira tutelar que acompanhou o caso.

Conforme o "Midiamax", em depoimento na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), eles alegaram que o filho mais novo comia ração por "estar na fase de comer comida do chão". A informação foi divulgada pela delegada Nelly Ribeiro, que investiga o caso e confirmou negligência por parte dos tutores.

Testemunhas disseram que os filhos, de 4 e 8 anos, ficavam presos com alimentação restrita à ração de cachorro, além de viverem em condições insalubres. O apartamento do casal estava bastante bagunçado e sujo.

A Guarda Civil Metropolitana encontrou fezes e urina de animais espalhados pelo apartamento, além de sacos amontoados na cozinha, roupas no chão e panelas abertas em cima do fogão. No local também havia dois cachorros que estavam debilitados.

"Existia uma privação de alimentos, o que caracteriza maus tratos, além da casa em condições insalubres", pontuou a delegada.

Uma vizinha disse que os irmãos eram trancados por volta das 19h e só saiam na manhã seguinte, quando os pais acordavam. Ela falou que do apartamento dela conseguia ver o quarto das crianças e que no cômodo tinha um penico para que fizessem as necessidades fisiológicas.

Para os agentes, a mãe das crianças justificou que a porta ficava encostada para que os filhos não mexessem em algo que não deveriam.

Em depoimento especial, as crianças contaram que só se alimentavam na escola ou na casa da babá, e que quando estavam no apartamento só comiam ração de cachorro. Os irmãos apresentavam sinais de desnutrição.

O casal foi preso, o pai foi encaminhado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro e a mãe está na Segunda Delegacia de Polícia Civil. As crianças estão com o Conselho Tutelar.

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