Autismo: qual a importância da inclusão de crianças autistas no ambiente social e escolar

Entender e incluir são os primeiros passos para um mundo mais justo para aqueles que se encontram dentro do espectro

Da Redação


A inclusão social de crianças neurodivergentes do espectro autista no ambiente escolar é um assunto muito importante e que, cada vez mais, ganha destaque nos debates de planejamento social e educacional do Brasil. Embora muito já tenha sido conquistado em relação aos direitos de pessoas autistas, ainda há um grande caminho a ser percorrido para a total inclusão e aceitação de pessoas neurodivergentes na sociedade. 

 

Para começar a entender a profundidade da importância da inclusão de pessoas autistas, é preciso compreender primeiro o que é o autismo, pois, embora muita gente saiba que é uma condição neurológica, nem todo mundo sabe exatamente o que é.

 

O que é o autismo?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que pode afetar qualquer pessoa, de qualquer etnia, gênero e idade. Pelo fato de ser um espectro, existem gradações de intensidades das características do transtorno, que podem variar de muito leves a severas.

 

As principais áreas afetadas pelo TEA são comunicação, comportamentos e interações sociais de uma pessoa dentro do espectro. Como exemplo, pessoas diagnosticadas com TEA podem ter muita dificuldade em expressar sentimentos, iniciar uma conversa, responder a uma pergunta direcionada a elas e manter contato visual com outra pessoa.

 

Além disso, em alguns casos, a fala pode ser afetada e a pessoa não consegue se comunicar, ler ou escrever (independentemente ou em conjunto), ou ainda apresenta dificuldade em entender humor, sarcasmo ou mesmo entender as emoções de outra pessoa.

É comum, também, apresentarem padrões e comportamentos repetitivos, como obsessão por desenhar, organização, uso ou ojeriza a determinadas cores, incômodos com sons, repúdio a texturas de alguns alimentos e objetos.

 

Por que é importante a inclusão social de crianças autistas?

A inclusão social é de extrema importância para qualquer ser humano, nós evoluímos como uma espécie social que formava bandos, com fortes laços afetivos a outro indivíduo da mesma espécie. Portanto, incluir socialmente significa promover o bem-estar individual no nível mais básico (considerando como uma necessidade intrínseca da espécie).

 

Além disso, incluir socialmente qualquer indivíduo possibilita que esse mesmo indivíduo possa alcançar o seu máximo potencial intelectual, acadêmico e social.

 

No entanto, quando se trata de pessoas neurodivergentes, a situação muda um pouco de figura, porque essas pessoas precisam de tratamento e atenção especiais, bem como empatia e paciência daqueles que estão à sua volta. É nesse nicho que se enquadra a inclusão social no ambiente escolar, pois crianças no espectro autista que estão incluídas em ambientes escolares desde cedo geram o debate e a compreensão entre colegas alunos, pais, tutores e professores, gerando engajamento e conscientização do assunto e das necessidades daquela pessoa e de qualquer outra que esses mesmos indivíduos encontrarem ao longo da vida.

 

A tarefa da inclusão no ambiente escolar não é uma tarefa fácil, é preciso experiência, paciência e colaboração de todos os envolvidos. Idealmente, toda escola que possui algum aluno que se enquadra no espectro do autismo deveria possuir no corpo docente pelo menos um profissional formado em pós-graduação em ABA, que é a área específica da análise comportamental do TEA aplicada no sistema de ensino. Ou seja, é o profissional que tem as ferramentas e os métodos adequados para fazer o elo entre a criança com necessidades especiais e os outros alunos, professores, pais e, eventualmente, o resto do mundo.

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