Miscelânea de poemas e crônicas será lançada nesta quarta-feira

Livro escrito por Silvana Tude mostra que é tudo menos “qualquer coisa”

Raquel de Souza


Um mergulho nas emoções da autora, uma interlocução com o teatro, uma válvula de escape para a solidão imposta pela pandemia. Tudo isso se mistura na obra elaborada por Silvana Tude, “Qualquer coisa não é qualquer coisa”, que será lançada nesta quarta-feira (14), na cafeteria Doce Lembrança, a partir das 18 horas, e contou com financiamento da Lei Paulo Gustavo. “Eu construo o texto a partir das minhas emoções, mergulhando nelas desafio a própria literatura, a própria gramática, para que as palavras sejam encontradas na exata medida das minhas emoções. Busco as palavras que conheço para que emoções que eu não conhecia possam ter nome e identidade”, define a autora.

Logo no início do livro estão as cartas para Godot, uma referência à peça “Esperando Godot”, escrita pelo dramaturgo irlandês Samuel Beckett em 1952 e adaptada para palcos do mundo todo. Assistir à peça em São Paulo, há mais de 20 anos, estrelada pela atriz Eva Wilma, provocou reflexões que perduraram na vida de Silvana. “Foi uma peça muito importante, me deu uma ideia do que é a vida e o mundo, que a gente está sempre incompleto, que essa incompletude faz parte da vida. O que me ficou daquela peça era uma espera longa e ansiosa de alguém que pudesse me explicar o que é a vida, o que eram as coisas que eu estava vivenciando”, conta Silvana.

As cartas com tantas dúvidas e desabafos da escritora passaram, então, a serem endereçadas para Godot, uma forma, segundo ela, de organizar os pensamentos. “Na verdade, a partir do momento que você não tem alguém com quem falar, o papel e a caneta fazem esse papel de recebedores das emoções, das ideias, do sofrimento, da delícia de ser o que se é”, explica. Durante a pandemia e a solidão imposta por ela, foi na literatura que Silvana encontrou refúgio. “Eu leio desde criança, e a literatura sempre teve um lugar de refúgio na minha vida, refúgio, aconchego e liberdade”, completa.

Além das cartas, poemas, crônicas e artigos completam a obra, um apanhado que contempla mais de 20 anos de trabalho. Já o título tem inspiração na música “Qualquer Canção”, de Chico Buarque, e brinca com o fato de que, para Silvana, o livro é tudo menos “qualquer coisa”. “O livro não é qualquer coisa, mas ouvir essa música de forma aleatória um dia me levou a sorrir com o fato e acabei gostando do título. Esses textos falam de coisas como o teatro, por quem eu sou apaixonada, de acontecimentos do dia a dia e de emoções, ao ver alguma coisa, ao ler alguma coisa, ao ouvir alguma coisa, a emoção você não sabe quando ela surge, mas a nossa criança interior nunca deve ser desprezada ou esquecida, senão você não descobre mais o encantamento pela vida”, define a autora.

Serviço

O livro “Qualquer coisa não é qualquer coisa”, da escritora Silvana Tude, publicado pela Life Editora, será lançado nesta quarta-feira, dia 14 de agosto, a partir das 18 horas, na cafeteria Doce Lembrança, localizada na Rua Dom Aquino, nº 2.055 – Centro de Campo Grande. A obra foi financiada pela Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur) e da Prefeitura Municipal de Campo Grande.

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