Ao Partido dos Trabalhadores das Trabalhadoras de Nova Andradina – (PT) – União, Solidariedade e fraternidade

Pela primeira vez na história política desse município teremos dois mandatos ao Poder (do) Legislativo, devemos saudar essa incrível façanha, dado as conjunturas desfavoráveis e até agressivas, às quais fomos submetidos pelas forças adversas, em que houve uma debandada significativa de boas e combatentes pessoas que sempre se identificou com nossas lutas, batalhas e sentimentos de união, solidariedade e fraternidade. Desses dois vereadores; um representando a cidade e outro o campo; isso é a alma do PT – integrar os movimentos urbanos e campesinatos.

Numa análise de conjuntura mais fria e realista, saímos vitoriosos, no caso cito, do Poder (do) Legislativo: foram oito (8) candidaturas representativas e significativas com números, quantitativos e o mais importante qualitativo de votos femininos de trabalhadores e trabalhadoras. Tudo isso na raça, coragem e fé na estrela vermelha.

Em relação às eleições para o Executivo, quero aqui parabenizar o Partido pela autonomia, mas, sobretudo, pela democracia, em eleger, quem seria o candidato, em prévias, como o PT sempre faz, por Regimento. Outra vez, reitero que a conjuntura em que a política se (re)configurou, numa pré-candidatura pouco antes do pleito, levou a um racha ideológico e de cunho pessoal, algo que não foi tão saudável para a política progressista e de esquerda de Nova Andradina. Perdemos pessoas caras e queridas para o campo da direita (extrema direita), algo que devemos, por questão de honra reconquistar. O tempo mostrou que o Partido foi soberano e assertivo ao escolher Marcos Dan, haja vista, a outra alternativa, se revelou o que todos nós vimos e, no meu caso, um pouco pior, fui vítima pública caluniosa e difamatória. Mas, tudo bem, pagarei pela minha audácia em confrontá-los; como eu mesmo digo; ninguém joga pedra em árvore que não dão frutos.

Outra pessoa, outrora de esquerda, revelara-se, potencialmente de extrema direita. Fiquemos tranquilos em relação a isso. E, considero que, ela nunca foi de esquerda, mas um tipo de catolicismo filantrópico e paternalista e, sobretudo, retórico; historia magister vitae – o tempo vai revelar, aguardem. Como disse Marx, (1852) parafraseando Hegel “a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.

Grupos inteiros debandaram para um tipo de política e candidatura à direita, acreditando nas promessas que lhes foram feitas, pessoas que eu tenho em altas contas, carinho e zelo.

PT  é hora de reunir as forças e fazer as devidas autocríticas internas, sentar e reorganizar o Partido. Nova Andradina precisa muito desse Partido forte, vibrante e atuante contra as elites locais, que, invariavelmente, se alinham aos ataques neoliberais e protofascistas advindos do governo do Estado ou de Brasília, quando na estrema direita.

Num momento em que o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras saiu como chapa pura. Pois, alguns combatentes aliados, pularam para o lado dos adversários, e quiçá, tornaram-se inimigos nessas eleições. Perdemos nossos bons e velhos camaradas de trincheiras contra o protofascismo, como, por exemplo, companheiros e companheiras de caminhada das eleições de 2022 contra a extrema direita. Amigos e amigas de partidos que, até então, se coligavam conosco, desta feita foram cooptados e ouviram e canto da sereia. Podemos companheiros progressistas, interpretar esse fato, como um ato de rebeldia, mágoas, pela disputa de dois projetos que se chocaram. O lado perdedor optou por debandar e levar um certo grupo consigo, revelando seu verdadeiro projeto de poder, que, aliás, já vinha se delineando na gestão anterior e, agora, dá continuidade ao seu caráter personalista, configurado nesse atual projeto de coligação de extrema direita.

Agora na oposição firme, séria e contundente a esse tipo de governo de coalisão com a extrema direita, que virá com muita força pra cima de nós trabalhadores e trabalhadoras, como já era anteriormente, apenas vai dar continuidade à política neoliberal e de “coalisão”... apenas trocou alguns nomes, o modus operandi é o mesmo; continuidade. São as mesmas pessoas, desta feita como farsa, como disse acima.

Querido Partido dos Trabalhadores e Trabalhadores, a hora é agora, chegou o momento da (re)união em prol da solidariedade e da fraternidade que sempre foi a marca fundamental desse Partido. Afinal, somos o único partido orgânico e com identidade própria. Apenas o PT mantém-se fiel às suas pautas, regimentos e linhas de conduta que o levou a governar esse país por duas décadas e de tirá-lo das misérias objetivas e subjetivas, materiais e morais.

Ao PT Nova Andradina, é necessário reunir as forças, separar devida e meticulosamente o joio do trigo, fazer oposição ideológica ao tipo de Poder que vai continuar operando a maquinaria estatal desse município (estrutura burguesa?) e sufocando os mais necessitados e seus inimigos políticos. Como é o caso desse que lhes escreve, que carrega dessas eleições, um processo impetrado pela aliança deles contra um professor, intelectual de esquerda, que se posicionou democraticamente, questionando alguns modus operandi da política coronelista. Acredito que, findo o processo, sairei inocentado, dado que, os próprios acusadores são réus em processo da mesma natureza e, que tudo, não passou de intimidações, sempre usadas por esse tipo de velha política, desde a Primeira República (1889-1930) com o latifúndio, pecuária, patrões e burguesia no poder, apoiados por nanicos com projetos pessoais de enriquecimento, poder, prestígio e/ou mágoas.

Sei de algumas pessoas estão muito descontentes com o projeto que lhes foi apresentado inicialmente, e depois alterado, em prol de uma agenda protofascista. É hora de nos (re)aproximarmos, ouvir cada um e cada uma, em diálogo abertamente franco e de propostas viáveis, construirmos um projeto coletivo, alegre, solidário e fraterno.

Afinal, aquele adágio antifascista vale para nossa Nova Andradina “Ninguém solta a mão de ninguém”.

*Professor Adjunto 4, UFMS, campus de Nova Andradina, CPNA.

Este texto, não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal da Nova