Para reagir a um possível esgotamento de sua maior fonte de recursos para crédito imobiliário, a Caixa Econômica Federal estuda alternativas à poupança para o financiamento habitacional.
O presidente da Caixa, Jorge Fontes Hereda, afirmou que o ideal é que a poupança, tradicional fonte de recursos da habitação, não seja a única forma de bancar a compra de imóveis.
"Estamos estudando alternativas. Uma delas é um maior mix de LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e poupança", afirmou ele.
"Se não conseguirmos, os juros vão aumentar", completou.
Líder no empréstimo para aquisição de imóveis no país, com uma fatia de cerca de 75% do mercado, a Caixa teve crescimento de 48,8% em sua carteira habitacional em comparação ao ano passado, de acordo com o resultado trimestral divulgado nesta quinta-feira.
Até este mês, o banco já concedeu R$ 45 bilhões em empréstimos e prevê atingir R$ 90 bilhões até o final do ano --um aumento de 20% em relação a 2010--, número que foi revisto para cima por conta do crescimento.
Segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), de janeiro a junho, R$ 37 bilhões do crédito imobiliário vieram da poupança, o que representou 45% da meta ante 40% em 2010.
CRISE
De acordo com Hereda, a Caixa está preparada para aumentar a concessão de crédito. "Temos discutido essa possibilidade nas reuniões do conselho e estamos dispostos a cumprir nosso papel de banco público", disse.
Durante a crise de 2008, junto com o Banco do Brasil, a Caixa continuou com o crédito em expansão para estimular a economia. A providência foi adotada a pedido do governo.
Para Hereda, as instituições bancárias privadas erraram ao pisar no freio na crise de 2008.
"Eles perderam espaço e a Caixa conseguiu aumentar sua penetração no segmento comercial", afirmou ele.
MINHA CASA, MINHA VIDA
O vice-presidente de Governo da Caixa, José Urbano Duarte, afirmou que o banco está preparado para implementar as mudanças de limite e de faixa salariais que estão sendo discutidas pelo governo quando forem aprovadas.
"Nossos sistemas e simuladores já estão adaptados para essas mudanças quando elas acontecerem", disse.
Quanto à dificuldade de se encontrar imóveis dentro da faixa de preços estipulada pelo Minha Casa, Minha Vida, Hereda afirmou que o governo precisa se unir.
"Para a maior parte do país, esses recursos são suficientes. Mas, em São Paulo, os terrenos são mais valorizados. Por isso, há necessidade de as três esferas de governo (municipal, estadual e federal) se unirem", afirmou.
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