Investir em ouro é seguro e solução para crise; saiba como fazer

Ógui


Há muito tempo, quando o comércio era feito a partir do sistema de trocas, descobriu-se um metal precioso, de beleza reluzente e alta resistência. Com ele foram cunhadas as primeiras moedas e seu valor aumentou, virando sinônimo de status e poder. O ouro é uma das formas mais antigas de investimento. Mas, ao aparecer novas, modernas e mais rentáveis fontes de aplicação, o interesse pelo metal ficou apenas com os investidores mais conservadores. Porém, em tempos de crise, inevitavelmente o ouro volta a brilhar. Não em forma de joia, mas como opção de investimento seguro.

O educador financeiro Conrado Navarro conta que o ouro é investimento a ser utilizado como proteção para quando as coisas não estão muito bem ou quando não há possibilidade de ganho em outras aplicações. “Serve para esperar o momento de voltar a aplicar em investimentos de maiores riscos”, salienta.

Ainda por conta do reflexo da crise de 2008, o ouro liderou o ranking dos investimentos mais rentáveis em 2010 pelo segundo ano consecutivo. A cotação do commodity apresentou alta de 32,26%, segundo dados da BM&FBOVESPA (Bolsa de Mercadorias & Futuro e de Valores de São Paulo). Assim como acontece com as ações, por exemplo, a cotação do metal varia diariamente. Ela é definida pela oferta e demanda e pela variação cambial entre a moeda do país e o dólar. Geralmente o preço do ouro tende a subir em tempos de baixas nas bolsas e em momentos de crises políticas e econômicas.

Como investir

Hoje existem duas maneiras de comprar ouro: diretamente, em negociações de mercado na BM&FBOVESPA, ou no mercado de balcão – uma série de empresas corretoras especializadas que fazem a venda de forma legalizada, registradas no Banco Central. Na bolsa, o investidor precisa ter conta em uma corretora de valores que negocia lotes-padrão de 250 gramas de ouro. Já no mercado balcão, a compra para pequenos investidores é facilitada.

Segundo Roselito Soares da Silva, operador de vendas da Ouro Minas, o ouro, antigamente, era muito concentrado em grandes bancos e estava bem distante do investidor. “Agora tem venda de ouro fracionada, a partir de um grama. A pessoa entra no site, faz o cadastro, efetua o pagamento e recebe em sua casa o ouro, inclusive, com seguro”, conta. Para preencher o cadastro, o investidor precisa indicar o CPF válido, RG e endereço. “Para compras anuais acima de R$ 20.000, é necessário também apresentar comprovante de residência”, afirma Silva.

Ao adquirir pequenas quantidades de ouro, o produto vem acoplado a um cartão parecido com cartão de crédito e por ele é cobrada uma taxa extra. Já em compras acima de 25 gramas, o metal vem em barra. Segundo Silva, a taxa de comissão cobrada é de, em média, 4% da cotação do ouro.

O investidor também precisa ficar atento a outros detalhes. Ao fazer a compra via mercado balcão, o cliente tem a opção de levar o ouro para casa e deixá-lo sob a guarda de um banco ou empresa em cofre, por exemplo. Se optar por negociação na BM&FBOVESPA, os procedimentos são diferentes. “Quando a compra é feita via BM&F, o metal não vai ser entregue em casa, o investidor tem que ter custódia. Ele pode usar a custódia da própria Bolsa ou contratar o serviço de um banco e, nesse caso, é cobrada uma segunda taxa, cujo valor varia de acordo com a o fornecedor do serviço”, conta Navarro.

A hora de vender

O processo de venda de ouro é basicamente o mesmo. Navarro esclarece que basta levar a barra ou o cartão com os gramas de ouro à empresa ou banco ou ainda enviar a commodity pelo correio.

O ouro é considerado um investimento de liquidez bastante alta. Mas o educador financeiro explica que a venda não é instantânea e pode levar de um a três dias úteis. “Não há relato com problemas para se desfazer do ouro. A liquidez é quase imediata. Se o ouro for puro e tiver as características mencionadas pelo vendedor, a recompra vai acontecer. Mas como é preciso fazer a avaliação, pode demorar uns dias”, finaliza.

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