Rio Aquidauana está a 30 centímetros de maior cheia da história, alerta prefeito

Nível da água ultrapassou os 10m e deve superar o recorde de 11,20m

Correio do Estado


A situação é crítica em Aquidauana por conta das chuvas registradas desde a madrugada de ontem (20), e que atingiram 193 milímetros. O nível do rio Aquidauana ultrapassou os 10 metros nesta madrugada e, de acordo com o prefeito Odilon Ribeiro (PSDB) e a Defesa Civil municipal, está a 30 centímetros de superar ainda hoje (21) a maior cheia da história do município, cuja marca, segundo as autoridades, é de 11,20 metros. 

Entretanto, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) afirma que a cheia deste ano já está sendo comparada com a de 2011, quando o nível do rio atingiu 10,70 metros e foi a maior da série histórica registrada.

Até o momento, 32 famílias, totalizando 85 pessoas, ficaram desabrigadas e o poder público prepara o quarto abrigo para receber mais vítimas.  Conforme apurado, a cidade está ilhada, já que a saída pelo distrito de Piraputanga foi interditada, a ponte velha ficou submersa e o acesso pela rodovia BR-419 é arriscado, já que virou atoleiro. 

A única saída é pela ponte nova, na divisa com Anastácio, onde o  9° Batalhão de Engenharia de Combate Carlos Camisão, do Exército Brasileiro, montou verdadeira operação de guerra com passadeira, para auxiliar na travessia de pedestres. Veículos não passam.

O salão paroquial da Igreja Nossa Senhora das Dores está sendo usado como abrigo para algumas famílais afetadas pelas águas. A assistente social Cintia Venância explicou que as pessoas deixam alguns pertences no local durante o dia e voltam para casa para monitorar e cuidar do restante das coisas, evitando saques.

Ao todo, 12 pessoas de quatro famílias estão no abrigo até o momento. Tânia Ribeiro de Souza, de 61 anos, é uma das pessoas abrigadas no salão. Ela levou três cachorros, três gatos e alguns móveis. "Estou pensando em me mudar dalí. É a segunda enchente que enfrento", comentou.

Assistência

Márvio Ravaglia, diretor da Defesa Civil, explicou que famílias em situação de vulnerabilidade foram resgatadas de áreas de riscos e levadas para abrigos, entre eles um montado no salão paroquial da igreja católica. "Estamos construindo mais um abrigo, para atender a todos da melhor maneira", disse Mário, lembrando que as famílias devem ficar no local por pelo menos uma semana.

Odilon, por sua vez, pontuou que a água chegou surpreendendo pela força e velocidade, tanto que o município foi o 23º a declarar situação de emergência. "Por enquanto, a cheia já é a segunda maior da história, mas pode ultrapassar os 11 metros", pontuou. Amanhã, o governador Reinaldo Azambuja deve desembarcar na região para acompanhar os trabalhos.

Acesso

Segundo o tenente-coronel Fábio Batista Bogoni, comandante do Batalhão do Exército, a passadeira de alumínio permite travessia a pé e é a única estrutura do tipo em Mato Grosso do Sul. A passarela abrange 114 metros de 200 metros de inundação entre as cidades. O restante do percurso é feito em dois botes com capacidade para transporte de oito pessoas cada, o que resulta em demora e longas filas nos dois sentidos.

A construção teve início por volta das 23 horas de ontem, terminando às 4 horas desta madrugada. Ao todo, foram designadas quatro equipes militares, dentre as quais duas fizeram a remoção de famílias e bens, uma de engenharia removeu entulhos e a quarta, com aproximadamente 35 homens, fez a instalação da estrutura. "Os militares apoiam a Defesa Civil de forma ininterrupta", disse o comandante.

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