Intenção de investimentos da indústria de MS tem melhor resultado dos últimos 46 meses

Da Redação


O índice de intenção de investimento do empresário industrial de Mato Grosso do Sul apresentou em abril o melhor resultado dos últimos 46 meses, alcançando 61,8 pontos e indicando crescimento de 4,5 pontos sobre março, quando o resultado foi de 57,3 pontos, conforme a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems.

Na prática, esse resultado é 14,5 pontos maior que a média obtida para o mês de abril nos anos de 2014, 2015, 2016 e 2017, lembrando que o índice varia de zero a 100 pontos e, quanto maior o índice, maior é a intenção de investir. De acordo com o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, o índice de expectativa do empresário industrial também foi positivo.

“A demanda marcou 58,3 pontos, sinalizando expectativa de aumento para os próximos seis meses a partir de abril, enquanto em relação à contratação de empregados o índice marcou 53, 1 pontos, indicando expectativa de estabilidade nos próximos seis meses. Já em considerando a exportação o índice marcou 55,2 pontos, demonstrando expectativa de aumento nos próximos seis meses a partir de abril”, detalhou Ezequiel Resende.

ICEI

Em abril, o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) alcançou 57,1 pontos, sendo o melhor resultado para o mês dos últimos quatro anos. O índice alcançado em abril de 2018 é 12,3 pontos maior que a média obtida para o mesmo mês considerando os anos de 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017. Adicionalmente, todos os componentes do indicador de expectativas permanecem acima da linha divisória dos 50 pontos, sinalizando que para os próximos seis meses devem ocorrer melhoras na economia brasileira, sul-mato-grossense e, principalmente, no desempenho da própria empresa.

“Em relação as condições atuais, em abril, 20% dos respondentes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram, no caso da economia estadual, a piora foi apontada por 17,3% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 21,4% dos empresários”, reforçou o economista, completando que, ainda no mês de abril, para 49,3% dos empresários não teve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que em relação à economia sul-mato-grossense esse percentual foi de 52,0% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 50,7%.

Por fim, para 24% dos empresários as condições atuais da economia brasileira melhoraram, enquanto em relação à economia estadual esse percentual chegou a 22,7% e, no caso da própria empresa, o resultado foi de 20%. “Já os que não fizeram qualquer tipo de avaliação responderam por 6,7%, 8% e 8%, respectivamente”, pontuou Ezequiel Resende.

Expectativas

As expectativas para os próximos seis meses a partir de abril aponta que 6,7% dos respondentes disseram que estão pessimistas em relação à economia brasileira. Em relação à economia estadual, o resultado também alcançou 6,7% e, quanto ao desempenho da própria empresa, o pessimismo foi apontado por 5,4% dos empresários.

Os que acreditam que a economia brasileira deve permanecer na mesma situação ficou em 45,3%, sendo que em relação à economia do estado esse percentual alcançou 46,7% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 36,0%.  Por fim, 42,6% dos empresários se mostraram confiantes e acreditam que o desempenho da economia brasileira vai melhorar.

Já em relação à economia estadual, esse percentual chegou a 41,3% e, no caso da própria empresa, 53,3% dos respondentes confiam numa melhora do desempenho apresentado. Os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das expectativas em relação à economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam igualmente por 5,3%.

Produção industrial

A produção industrial avançou de forma mais intensa e disseminada no mês de março, com o índice de evolução da produção industrial marcando 52,1 pontos, crescimento de 3,9 pontos em relação a fevereiro. “O resultado indica que a maior parte das empresas estão com produção estável ou crescente. O levantamento apontou que 46,7% das empresas indicaram estabilidade na produção, enquanto 30,7% disseram que a produção aumentou na passagem de um mês para o outro, fazendo, assim, o indicador ultrapassar a linha divisória dos 50 pontos pela primeira vez no ano”, disse Ezequiel Rezende.

Ele acrescenta que a capacidade ociosa diminui novamente, pois, para 29,3% dos respondentes, a utilização da capacidade instalada esteve abaixo do usual para o mês de março, porém, em fevereiro, esse número era de 34,7%. “Essa melhora se refletiu do índice de avaliação do uso da capacidade instalada, com o resultado alcançando 44,1 pontos contra 43,2 no mês anterior. Por fim, a ociosidade média da capacidade instalada em março ficou em 26%, contra 31% no mês de fevereiro”, analisou.

O economista destaca que o ano começa com a situação financeira ainda longe do ideal, mas com melhora na comparação com 2017. “De um modo geral, os empresários industriais de Mato Grosso do Sul se mostraram insatisfeitos com a margem de lucro operacional de suas empresas no primeiro trimestre deste ano, com o indicador alcançando 41,8 pontos. Comportamento semelhante foi verificado em relação às condições de acesso ao crédito e situação financeira geral da empresa, com os indicadores alcançando 36,7 e 44,2 pontos, respectivamente”, informou.

Trimestre

Em Mato Grosso do Sul, no primeiro trimestre deste ano, 34,7% dos empresários industriais consideraram ruim a margem de lucro operacional obtida no período. Na mesma comparação, o acesso ao crédito foi considerado difícil por 33,3% dos empresários. Enquanto a situação financeira geral da empresa foi avaliada como ruim por 26,6% dos respondentes e, por fim, 58,7% responderam que teve aumento dos preços das matérias-primas utilizadas.

As principais dificuldades enfrentadas pelos industriais de Mato Grosso do Sul no 1º trimestre de 2018 foram: elevada carga tributária, falta ou alto custo da matéria prima, competição desleal (informalidade, contrabando e outros), demanda interna insuficiente, falta de capital de giro, inadimplência dos clientes e taxa de juros elevadas foram os principais problemas apontados pelos industriais sul-mato-grossenses no primeiro trimestre do ano. 

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