MPT investiga 37 casos de trabalho escravo em MS

Em 2018 foram 1700 flagrantes no país

Da Redação


Um levantamento feito SIT (Secretaria de Inspeção do Trabalho), mostrou que em 2018 foram encontrados 1723 casos de trabalhadores encontrados em condições análogas à escravidão. Desses 1.200 estão no meio rural, e 523 na área urbana. Em MS, 37 casos são monitorados pelo MPT-MS (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul).

De acordo com as informações, o aumento representa 263% em relação ao ano de 2017, quando foram realizados 645 resgates em todo o país. Em 2018, o MPT (Ministério Público do Trabalho) recebeu 1.251 denúncias, ajuizou 101 ações civis públicas e celebrou 259 TACs (Termos de ajuste de conduta) relacionados a trabalho escravo.

O maior número de trabalhadores em nessas condições, estão entre as atividades de pecuária e cultivo de café. De acordo com o Observatório Digital do Trabalho Escravo no Brasil, 30,9% desses trabalhadores são analfabetos e 37,8% possuem até o 5º ano do ensino fundamental incompleto.

Atualmente existem 1,7 mil procedimentos de investigação e 24 unidades do MPT sendo acompanhadas pelo país, envolvendo trabalho análogo ao de escravo, aliciamento e tráfico de trabalhadores para a escravidão, de acordo com o MPT Digital/Gaia.

Ainda conforme o ministério, entre 2003 e  julho de 2018, foram resgatados e libertados do trabalho escravo no país, ou de atividades análogas à escravidão, 44,2 mil trabalhadores. Segundo dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo, isso significa uma média de pelo menos oito trabalhadores resgatados a cada dia.

Em MS, os números foram 94 operações realizadas, 2.679 resgates, 3.998 trabalhadores resgates entre 2003 e julho de 2018. Desses  15 eram adolescentes menores de 18 anos, 1.897 eram trabalhadores nascidos no estado e 2.101 que declararam residir em MS.

Campanha

Nesta segunda-feira (28), é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, e o MPT lançou uma campanha nas redes sociais que pretende alerta a população sobre a escravidão contemporânea e estimular a sociedade a denunciar.

Em Mato Grosso do Sul, o coordenador regional de Erradicação do Trabalho Escravo, procurador Jeferson Pereira, ressaltou que iniciativas permanentes de conscientização são importantes para fortalecer o sistema de repressão ao trabalho escravo, especialmente diante de recentes medidas adotadas pelo Governo Federal, como a extinção do Ministério do Trabalho.

“Caso a intenção do Governo seja no sentido de não dar seguimento a políticas públicas voltadas para a prevenção e combate dessa chaga social, estaremos diante de uma intensa fragmentação e até mesmo desmantelamento de toda a aparelhagem pública e de um arcabouço jurídico-administrativo que foram montados a esse combate desde 1995 para dar proeminência à dignidade da pessoa humana”, alertou Pereira, acrescentando que essas práticas passariam a ser reconhecidas como simples violações trabalhistas, bastando apenas a lavratura de autos de infração. Com Midiamax

Cobertura do Jornal da Nova

Quer ficar por dentro das principais notícias de Nova Andradina, região do Brasil e do mundo? Siga o Jornal da Nova nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. Acompanhe!