Nota atribuída à facção condena execução de jornalista: ''covardia''

Na mensagem, PCC ainda teria dito que envolvidos serão cobrados

Campo Grande News


Atribuída ao PCC (Primeiro Comando da Capital), mensagem que circula em grupos de WhatsApp desde sábado (15), condena a execução do jornalista Lourenço Veras de 52 anos, o Leo Veras, e classifica o ato como “covardia extrema”. A facção é apontada pelas investigações como suspeita do assassinato, ocorrido na noite da última quarta-feira (12), em Pedro Juan Caballero (Paraguai), vizinha de Ponta Porã.

O suposto comunicado do PCC tem data do dia 16 de fevereiro, hoje, mas foi noticiado pela rádio paraguaia “Futura 97,5 FM” ainda no sábado. O jornal “ABC Color”, também paraguaio, publicou captura de tela com a nota.

Leia também

|Jornalista pode ter sido executado a mando de facção, diz promotor

|Execução de jornalista é tentativa de calar democracia, diz Toffoli

|Polícia suspeita que jornalista tenha sido vítima de ataque promovido por narcotraficantes

|Jornalista era ameaçado de morte e foi o 19º profissional executado no Paraguai

|Jornalista é assassinado a tiros na fronteira

 

A mensagem é direcionada “a toda e qualquer pessoa envolvida no ato de covardia extrema”.

O comunicado relaciona mortes na fronteira como a de Leo Veras a “pistoleiros que recebem valores ou algo em troca”, que “cometem este ato de covardia sem nem sequer dar oportunidade de defesa ou expressão”.

A nota ainda se dirige aos envolvidos na execução, “seja pistoleiro ou diretor”, para dizer que o PCC “não aceita essa atitude”.

A mensagem ainda finaliza que os envolvidos serão cobrados, “para a disciplina da ordem”, e fala em “pagar com suas próprias vidas”.

Suspeita 

Na sexta-feira (14), em entrevista para a rádio paraguaia ABC Cardinal, o promotor Marcelo Pecci disse que a execução do jornalista pode ter sido a mando de uma das facções criminosas que disputam o domínio do tráfico de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul.

O oficial, um dos investigadores do assassinato de Leo Veras, não detalhou qual o principal grupo investigado, segundo ele, para não atrapalhar os trabalhos. Na região, predominam PCC e CV (Comando Vermelho).

Caso 

Na noite de quarta-feira (12), três pistoleiros encapuzados invadiram a casa de Leo Veras no Jardim Aurora, em Pedro Juan Caballero, e o mataram com pelo menos 12 tiros.

O jornalista tentou correr, mas foi atingido nas costas e caiu no quintal da casa. Já no chão, levou o “tiro de misericórdia” na cabeça. Veras chegou a ser socorrido a um hospital particular, mas morreu quando era atendido.

Dono do site “Porã News” e colaborador em outros jornais, Veras cobria investigações sobre o narcotráfico na fronteira do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul.

Cobertura do Jornal da Nova

Quer ficar por dentro das principais notícias de Nova Andradina, região do Brasil e do mundo? Siga o Jornal da Nova nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram e no YouTube. Acompanhe!