Fatos novos: Omertà quer reabrir investigação sobre execução de Paulo Magalhães

O pedido de desarquivamento já foi encaminhado ao judiciário

Midiamax


Na terça-feira (14), foi encaminhado para a 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande o pedido de desarquivamento do processo que investiga a execução do delegado Paulo Magalhães, crime ocorrido em 2013. Um autor, José Moreira Freires, o Zézinho, foi o condenado pelo homicídio na época, começou a responder em liberdade e hoje é considerado foragido.

Conforme apurado pelo “Jornal Midiamax”, foi feito pedido pela força-tarefa, que envolve forças da Polícia Civil e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e ainda não há decisão do juiz. Este é um dos casos passíveis de pedido de reabertura, após a Operação Omertà, que resultou em novas provas e suspeitas sobre crimes de execução, ocorridos principalmente entre os anos de 2018 e 2019.

Zézinho, condenado pela morte de Paulo Magalhães, foi depois identificado como pistoleiro responsável por várias execuções, mas sumiu após a última morte atribuída ao grupo criminoso, de Matheus Coutinho Xavier, em abril de 2019. Desde então, José está foragido e hoje integra a lista dos mais procurados pelo MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) e ainda pode ser colocado na lista vermelha da Interpol.

É apontado pela investigação da Operação Omertà que há indícios de que a morte de Paulo Magalhães também possa envolver o empresário Jamil Name e Jamil Name Filho, presos na operação que hoje estão no Presídio Federal de Mossoró (RN).

Homicídio na porta da escola

O delegado Paulo Magalhães foi executado na frente da escola da filha em junho de 2013. Os pistoleiros monitoraram o delegado desde a casa dele até a escola da filha, na Rua Alagoas, e lá decidiram fazer a execução. O monitoramento teria iniciado às 7 horas e o crime aconteceu às 17 horas.

O delegado aposentado estava em seu veículo, uma Land Rover, quando foi executado a tiros de pistola dados pelo guarda municipal Zézinho, que estava na garupa de uma moto, pilotada por Rafael Leonardo Santos. Já Antônio Antônio Benitez Cristaldo fazia escolta dos dois em um carro.

Depois que os mandados de busca e apreensão e prisão foram expedidos para o trio, Rafael foi encontrado morto e partes do seu corpo foram jogados próximo ao lixão da Capital. Ele foi carbonizado e decapitado.

Segundo a promotoria, Rafael seria o ‘elo mais fraco’ dos três e poderia contar quem seriam os mandantes do crime. Por isso, foi eliminado. O corpo dele só pode ser identificado através de exames de DNA.

Foi levantada uma hipótese, extraoficial, de que o crime teria custado R$ 600 mil. O mandante do crime teria sido identificado até então. O delegado aposentado fazia denúncias em um site de notícias.

Depoimento

José Moreira Freires disse no dia de seu julgamento, 15 de agosto de 2018, que fugiu depois do crime com medo de ser ‘eliminado’ pela polícia como queima de arquivo. Freires disse aos jurados que não sabia que a vítima era delegado aposentado e que achava que se tratava de um advogado.

Para explicar porque fugiu logo depois da execução, o guarda municipal levantou suspeita sobre a atuação da polícia no caso. Segundo ele, mesmo sem ter participação na execução, teria sido ‘avisado’ que policiais estariam armando um cenário de resistência para matá-lo quando fosse abordado. O suposto plano para eliminar o pistoleiro seria uma ‘queima de arquivo’.

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