A conspiração da sociedade dos sete

*Felipe Pereira


O presidente chinês estava na sua majestosa sala no complexo de edifícios da sede governamental, a oeste da Cidade Proibida. À sua frente foi disposta uma grande tela para uma videoconferência com os outros seis membros da Sociedade Dos Sete.

 — Qual o motivo dessa reunião extraordinária? — indagou o patriarca da família Illuminati.

 — O assunto é da mais absoluta importância, meu irmão fraterno. — Rebateu o presidente chinês.

Todos na reunião falavam a língua antiga dos Sete.

A cada cinquenta anos, sete pessoas influentes e poderosas de diversas nações são selecionadas para manter a tradição da Sociedade Dos Sete até o dia da Grande Destruição.

 — Não se detenha, irmão. Diga-nos a causa desta conferência. — Apressou-se em dizer o primeiro-ministro inglês.

 — Cada um de vocês vão receber um dossiê virtual neste momento. — Disse o asiático.

Apitos soaram na tela, indicando a chegada dos documentos para os outros membros.

Houve um momento de espanto, antes que o líder da OMS rebatesse:

 — Você não pode estar falando sério?!

 — Sim, irmão. Ele está! — afirmou o secretário-geral da ONU.

 — Já sabia disso? — questionou o sócio majoritário da rede de televisão ABC.

 — Digamos que, talvez, eu tenha contribuído com a resolução.

 — Como pensa que sobreviveremos? Se isso também afetar a nós? — bravejou o rei da Índia.

 Vozes enfezadas assomaram-se na reunião. Até que o político chinês fez-se ouvir sobre a algazarra:

 — Irmãos, por favor, deixem-me explanar os pormenores.

 — O que vejo é que está tentando assassinar a todos nós. — Soergueu ainda mais o tom, o patriarca Illuminati.

 — Pensei que o extermínio mundial era agradável aos seus olhos, irmão. — Disse o secretário-geral da ONU, em tom de escárnio, para o Illuminati.

 — Calem-se! — Ordenou o ministro inglês. — Deixem que nosso irmão se explique.

 — Obrigado, irmão. — Disse agradecido, o chinês. — Como todos puderam analisar no dossiê, meus cientistas têm trabalhado incansavelmente para desenvolver um patógeno capaz de eliminar os componentes fracos da equação e deixar apenas os que ainda têm capacidade de produzir recursos.

 — O que você quer dizer é que seus cientistas vão desenvolver um vírus que vai matar os mais debilitados. Sem nenhum escrúpulo você expõe isso em pauta. — Falou o proprietário da ABC.

 — O que estamos oferecendo é uma alternativa para a escassez de recursos. Lembrem-se da Peste Negra, após a devastação, veio a bonança. As pessoas que sobreviveram, tiveram mais alimentos e foram dormir de barrigas cheias. — Escancarou o secretário-geral da ONU.

 — E se alguém de nós formos atingidos por este vírus em desenvolvimento? — inquiriu o rei indiano.

 — O antígeno já está pronto para os senhores e seus familiares. — Disse o asiático, calmamente.

 — Qual a alternativa? — interpelou o líder da OMS.

 — Deixar o número de pessoas aumentarem e ver a miséria se alastrar. — Falou o secretário-geral da ONU.

 — Temo não termos muitas escolhas. — Suspirou o ministro inglês.

 — Não, irmão, não temos! — exclamou o político chinês em condolências. — Quais os votos dos senhores, irmãos? — arrematou.

 — Votamos sim. — Disseram os outros seis em uníssono.

 — Sessão encerrada. — Finalizou o presidente asiático.

Após alguns minutos do término da videoconferência, o soberano da China pegou seu telefone criptografado e ligou para o supervisor-geral dos cientistas chineses e disse as palavras que abalariam o mundo:

 — Ativar contenção de excesso populacional.

*Estudante de contabilidade, morador em Nova Andradina e autor de livros

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal da Nova

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