Preso suspeito de vender terreno alheio para mais de um comprador na fronteira

Lino de Araújo Filho foi preso em flagrante na sexta-feira (3), após realizar a suposta venda de um terreno em troca de um carro, em Ponta Porã; uma das vítimas perdeu R$ 7,5 mil para o estelionatário

Da Redação


Um homem, de 37 anos, foi preso em flagrante pelo crime de estelionato, na noite de sexta-feira (3), após fazer a venda falsa de imóveis localizados em Ponta Porã. Segundo a polícia, até o momento foram identificadas quatro vítimas, publicou o “G1/MS”.

De acordo com a Delegacia de Polícia de Ponta Porã, o estelionatário, Lino de Araújo Filho, 37 anos, foi preso após um casal desconfiado com a negociação procurar o auxílio da polícia para averiguar a venda de um terreno em Ponta Porã.

Segundo o delegado Juliano Cortez Toledo Penteado, responsável pela investigação, após a prisão de Lino, já foram identificadas quatro vítimas do suposto estelionatário.

"Um casal, um homem e os donos dos terrenos também são vítimas porque passaram a ter a posse turbada pelos compradores de boa-fé. Precisamos agora ir atrás das outras vítimas", ressalta.

Para ajudar nas investigações, a polícia divulgou imagens de Lino. A intenção é que se houver outras vítimas, elas procurem a delegacia para comunicar o crime.

Carro em troca de terreno

Segundo as vítimas, eles compraram o imóvel de Lino no mês de setembro e assinaram um compromisso de compra e venda, dando um carro, modelo Ford Fiesta 2002, em troca do terreno.

Porém, ao irem à delegacia em busca de informações sobre como proceder em relação a transação imobiliária, reconheceram que não sabiam os detalhes da venda e nem se Lino realmente era proprietário dele.

O casal também relatou que um mês após a suposta compra, visitaram o terreno e perceberam uma porta que dava diretamente para uma casa ao lado. Ao conversarem com o vizinho, souberam que várias pessoas estavam visitando o local em busca de informações sobre a venda do local e que o real proprietário preocupado com a situação, pediu que o vizinho cuidasse do imóvel. Além disso, descobriram que ele não tinha interesse em vendê-lo.

Diante dos fatos, o casal foi orientado a acionar a Polícia Civil quando estivesse novamente acompanhado de Lino, para que fosse possível esclarecer cabalmente as circunstâncias da negociação.

Quando a equipe de polícia foi até o local do encontro, encaminhou o suposto estelionatário para a delegacia, que confessou não ter documento do terreno, nem autorização para negociá-lo.

Ainda segundo a polícia, apesar de Lino afirmar ser proprietário de dois terrenos há mais de dois anos, localizados no bairro Manoel Padiel Uriel, em Ponta Porã, não conseguiu informar detalhes sobre a compra, nem em qual cartório teria registrado os imóveis.

Além disso, a polícia encontrou outro documento, de “Instrumento de Cessão de Direitos Hereditários”, vendendo um terreno no mesmo lote do casal, mas para outra pessoa. Neste caso, a vítima, um homem, estava pagando há mais de um ano um terreno para Lino, acumulando um valor de R$ 7.500 de depósitos para o estelionatário.

Lino negou ter vendido o terreno para o homem, mas assumiu que a assinatura no documento era dele.

As evidências coletadas pela polícia apontam ainda que ele atuava desta forma há mais de um ano, no mínimo desde outubro de 2020, sendo muito provável que essas não eram as únicas vítimas de Lino.

Múltiplas profissões

Lino se apresentava de diferentes formas para as vítimas, que normalmente não tinham nenhum conhecimento jurídico sobre compra e venda de terrenos. Além disso, ele mentia sobre as profissões. Para o casal, Lino afirmou ser comerciantes de vidros, enquanto para o homem, ressaltou que atuava como engenheiro e empresário.

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