Operação do Dracco prende 5 policiais penais na fronteira, que transformaram presídio em ''boteco''

Departamento também apura envolvimento de servidores na fuga de dois custodiados

Da Redação


Investigadores do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) deflagram, a “Operação La Catedral”, nesta quinta-feira (6), em repressão qualificada a crimes de corrupção e correlatos, com envolvimentos de policiais penais, em Ponta Porã, cidade que faz fronteira com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. A operação é uma alusão ao presídio construído por Pablo Escobar, que tinha luxos e mordomias nos anos 90. O mesmo acontecia no Presídio Ricardo Brandão.

Durante a operação, cinco policiais penais foram presos temporariamente e afastados cautelarmente de suas funções públicas por ordem judicial a pedido do Dracco, bem como, cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos na cidade de Ponta Porã, com arrecadações efetivadas junto aos imóveis dos servidores públicos, bem como, no Presídio Ricardo Brandão.

As ações foram acompanhadas pela Corregedoria-Geral da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e tiveram apoio da Direção do Órgão Penitenciário, que desde o início das investigações, tem cooperado com Dracco, sendo certo que para o desencadeamento da operação em campo, o Dracco contou ainda com apoio das equipes policiais da 1ª e 2ª Delegacias de Ponta Porã.

 Cela de luxo com móveis planejados - Foto: Dracco/Divulgação

Investigação

As investigações desenvolvidas pelo Dracco materializaram a existência de organização criminosa integrada por policiais penais envolvidos na prática de diversas infrações penais, tais como, concussão, corrupção passiva, favorecimento para entrada de celulares, dentre outros.

As provas foram colhidas com apoio da Corregedoria da Agepen, resultando na apreensão de grande quantidade de bebida alcoólica no interior do presídio, celulares, drogas e dinheiro.

 

Também estão sendo apuradas às circunstâncias de fuga de dois internos, cujos indícios apontam envolvimento de funcionários públicos diante de recebimento de propina.

A apuração é presidida em torno de, ao menos, 19 crimes, dentre eles, organização criminosa, concussão, corrupção passiva e corrupção ativa, entradas irregulares de celulares intramuros, tráfico de drogas, bem como, diversas outras irregularidades, tais como:

1) propina para troca de celas, setores, pavilhões, regalias, venda de remição;

2) entrada de bebidas alcoólicas e comercialização no interior da unidade penal;

3) entrada de carnes (in natura) e comercialização no interior da unidade penal;

4) entrada de drogas e comercialização no interior da unidade penal;

5) entrada de celulares e comercialização no interior da unidade penal;

6) uso para fins particulares de mão de obra ou de serviços prestados na unidade penal pelos presos;

7) celas especiais com projeto de móveis planejados, chuveiro elétrico, alimentação diferenciada e demais regalias, sem passar por revistas e/ou vistorias.

Os presos foram encaminhados para a Capital, onde temporariamente ficarão custodiados no Centro de Triagem de Campo Grande.

A prisão tem prazo de cinco dias e visa garantir a eficiência nas investigações, impedindo que provas possam ser destruídas ou contaminadas.

Banheiro com chuveiro quente dentro da cela - Foto: Dracco/Divulgação

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