Delegado alvo de operação do Gaeco não estava lotado em Delegacia na época que ocorreu ''propina''

Operação Codicia foi deflagrada na última segunda-feira, em Ponta Porã

Da Redação


Na noite desta quarta-feira (27), o advogado Diego Marcos Gonçalves, que representa o delegado Patrick Linares Costa, que foi alvo da “Operação Codicia” deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na última segunda-feira (25), afirma que seu cliente é inocente e lista uma série de fatos que provariam a tese de defendida por ele.

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O delegado Linares, que iria tomar posse como juiz substituto nesta quarta-feira (27), no ato da nomeação e posse, o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, suspendeu.

“Patrick foi surpreendido, espantosamente nesta semana, com essas medidas investigativas envolvendo seu nome, a única ligação dele com os demais investigados é o fato dele ter sido o titular do 2ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã, durante alguns dos períodos mencionados na investigação”, afirma em nota, o advogado Diego Marcos Gonçalves.

O defensor sustenta que analisando os autos do Ministério Público, constatou que Patrick não tem nenhuma ligação “com qualquer fato ilícito da Delegacia relatados naquele procedimento” e que também, as buscas e apreensões feitas no apartamento do delegado não teriam localizado nada irregular, bem como as interceptações telefônicas.

Segundo a decisão judicial que decretou a medida de busca, a autoridade policial foi alvo de interceptações e no período das diligências nenhuma informação que o vinculasse ao suposto esquema foi captada, motivo pelo qual nenhuma medida de prisão foi decretada contra Patrick.

O advogado reforma que após análise do processo, na parte que cita a quebra de sigilo bancário, não existe nenhuma troca de valores com os demais investigados ou qualquer recebimento ilícito.

“O fato que desencadeou a investigação sobre um suposto recebimento de valores para liberação de um veículo, não cita o Dr. Patrick já que ele, à época, era titular da delegacia de Antônio João e não da 2ª Delegacia, onde os fatos ocorreram”, frisa a defesa.

O advogado de Patrick diz que ele foi envolto “equivocadamente em uma investigação da qual não faz parte, pois não tem qualquer tipo de envolvimento ilícito com os fatos em apuração e que ainda se apresentou espontaneamente à corregedoria e entregou o celular desbloqueado como prova de não ter nada a esconder”, finaliza.

O Jornal da Nova apurou que a conversa interceptada sobre retirada de drogas do depósito da Delegacia no dia 11 de novembro de 2021, trata de ocasião em que foi feita incineração de entorpecentes conjunta entre a 1ª e 2ª Delegacia, ato do qual o Ministério Público foi oficiado a acompanhar e não compareceu, conforme ofícios e atas que comprovam.

A decisão da investigação foi datada dia 5 de abril, o Ministério Público deu ciência dia 11 e o cumprimento foi apenas no último dia 25, ou seja, dois dias antes da posse de Patrick ao Tribunal de Justiça.

A reportagem também apurou que a vítima, em nenhum momento viu ou teve contato o delegado Patrick e nem foi o delegado alvo das investigações que havia liberado o caminhão, que gerou a operação contra os policiais.

Colegas de trabalho

“Há indícios de perseguição ao delegado, mas que, durante a instrução do processo ele provará sua inocência”, apontam todos os colegas de profissão em todos os lugares onde o delegado atuou.  

Por onde passou e esteve, os colegas de Patrick são unânimes em afirmar que ele é honesto, estudioso, bom pai de família e que jamais faria atos de corrupção por dinheiro, ou vantagens indevidas.

Colegas do meio policial estão revoltados com as medidas tomadas contra ele por saberem que Patrick não praticou os crimes apontados pelo Gaeco.

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