Partido escolhe substituto para candidato assassinado no Equador

Christian Zurita é o indicado pelo Construye, partido de Villavicencio

CNN Brasil


O partido Movimento Construye recuou e anunciou nesse domingo (13) um novo candidato que irá substituir Fernando Villavicencio, assassinado na última quarta-feira (9).

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Quem irá concorrer à presidência do Equador pelo partido será Christian Zurita.

No sábado (12), o grupo havia decidido que a candidata substituta seria Andrea Gonzalez, uma ativista ambiental que originalmente era a candidata à vice-presidência de Villavicencio. Os líderes do partido disseram que ela volta à posição de vice na chapa.

Zurita também é uma jornalista e no passado colaborou com Villavicencio. Sua candidatura ainda deve ser aprovada pelo conselho eleitoral nacional.

“Vamos tentar imitar suas habilidades e tentar imitar seu nome”, disse Zurita em entrevista coletiva, referindo-se a Villavicencio, enquanto usava um colete à prova de balas.

Ele acrescentou que não negociará com “nenhuma máfia”.

O crime

Villavicencio, ex-parlamentar e jornalista investigativo com histórico de denunciar a corrupção, foi morto a tiros ao deixar um comício no Anderson College, em Quito, capital do Equador. Ele foi baleado várias vezes na cabeça depois de já estar dentro do carro no qual sairia do local.

Seis colombianos foram acusados pelo assassinato e permanecem sob custódia. A polícia os acusa de ligações com grupos criminosos.

O Equador tem visto uma onda crescente de violência nos últimos anos, incluindo um aumento acentuado de assassinatos no país sul-americano de cerca de 18 milhões de habitantes.

Embora as cédulas para a eleição antecipada convocada pelo presidente cessante Guillermo Lasso já tivessem sido impressas antes do assassinato de Villavicencio, os votos para ele serão automaticamente transferidos para o substituto do partido.

A eleição presidencial do Equador

A eleição presidencial do Equador está marcada para ocorrer no domingo (20), de forma antecipada.

A antecipação foi feita depois que o presidente Guillermo Lasso decretou a chamada “morte cruzada” — dissolução da Assembleia Nacional — reduzindo o tempo de seu próprio mandato.

Após assassinato, principais postulantes à Presidência do Equador se pronunciaram nas redes sociais, alguns informaram a suspensão de suas campanhas. Eles também lamentaram o ocorrido e pediram apuração do crime.

Bem colocado nas pesquisas

Villavicencio, do El Movimiento Construye, era um dos principais candidatos no pleito. Nas pesquisas de opinião, ele oscilava entre a segunda e a quinta colocação.

As avaliações de tendências eleitorais do país são deficientes em comparação a de outros países da América do Sul como Argentina, Uruguai e Brasil, que possuem institutos com maiores índices de acerto.

Em junho, segundo o Centro Estratégico Latinoamericano de Geopolítica (Celag), Villavicencio estava em quarto lugar, com 8% das intenções de voto, atrás de Luisa González, do partido Revolução Cidadã (30%); Otto Sonnenholzner, da aliança “Vamos Agir” (13%); e Yaku Pérez, da coligação “Claro que é possível” (11%).

Em 20 de julho, a Cedatos, empresa de pesquisa aprovada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador, apontou que Villavicencio estava em segundo, com 13,2%, atrás apenas de Gonzáles (26,6%) e à frente de Pérez (12,5%) e Sonnenholzner (7,5%).

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