Ministério Público denuncia Neno Razuk e outras 10 pessoas por organização criminosa do jogo do bicho

Os primeiros suspeitos da operação Successione foram denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul

G1/MS


O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou o deputado estadual Neno Razuk (PL-MS) e outras 10 pessoas por envolvimento em uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho.

As 11 pessoas são acusadas de integrar um grupo criminoso que agia ilegalmente para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. O advogado João Arnar, que representa Neno Razuk, disse não ter conhecimento da denúncia.

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A peça foi protocolada em 19 de dezembro. No dia 20, o judiciário entrou em recesso. Isso não impede o andamento, pois há plantão nas varas judiciais.

Conforme apurado pelo “G1/MS”, a denúncia ainda não teve apreciação pela Justiça. Nessa fase, o magistrado responsável pode transformar o parlamentar e os outros denunciados em réus, ou rejeitar a acusação do MPMS.

As 11 pessoas são acusadas pelo Gaeco de “constituir uma organização criminosa dedicada à prática dos crimes de roubo majorado, exploração de jogos de azar, corrupções, entre outros”.

Monopólio do jogo do bicho

Ao longo de mais de 500 páginas, o Gaeco apresenta relatórios e elementos que ligam o deputado estadual ao jogo do bicho. Para o MPMS, Neno Razuk "conquistou" espaço em Campo Grande após a queda da família Name, antiga detentora do comando do jogo do bicho na capital. 

"A exploração de jogos de azar, em especial o jogo do bicho, naturalmente fomenta a prática de crimes como corrupção, extorsão, lavagem de dinheiro, homicídio, até mesmo para garantir o próprio funcionamento do ilícito, tratando-se de atividade extremamente maléfica à sociedade, como visto em episódios semelhantes ocorridos em todo o território nacional", detalha parte do documento acessado.

De acordo com a investigação do MP, o deputado atuava com as máquinas do jogo do bicho no interior do estado. Após a prisão de Jamil Name e Jamil Name Filho, na operação Omertà, Neno teria entrado na disputa pelo poder de controle da contravenção em Campo Grande.

Nesta disputa por espaço, a organização criminosa supostamente comandada pelo deputado teria se envolvido em uma série de roubos à mão armada, durante o dia e no centro da cidade. A apuração do Gaeco dá detalhes de que estes crimes ocorriam para cooptação de seguranças de uma quadrilha rival, que também disputa espaço do jogo do bicho na capital.

A segurança pública e esquemas criminosos, em Campo Grande, voltam ao centro das investigações. A operação deixou evidente que policiais eram usados como "seguranças particulares" dos chefes de organizações criminosas ligadas ao jogo do bicho.

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