Por que e como os pagers do Hezbollah explodiram? Veja possíveis explicações

Grupo armado acusou Israel de orquestrar suposto ataque, que deixou milhares de feridos; país não se pronunciou

CNN


Especialistas compartilharam teorias sobre como centenas de pagers — um tipo de dispositivo de comunicação — podem ter explodido simultaneamente no Líbano nesta terça-feira (17). Milhares de pessoas ficaram feridas e houve mortos.

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Uma teoria é que houve uma violação de segurança cibernética, fazendo com que as baterias de lítio dos pagers superaquecessem e detonassem.

Outra é que este foi um “ataque à cadeia de suprimentos”, fazendo com que os dispositivos fossem adulterados durante o processo de fabricação e envio.

David Kennedy, um ex-analista de inteligência da Agência de Segurança Nacional dos EUA, disse à CNN que as explosões parecem ser “grandes demais para que isso seja um hack remoto e direto que sobrecarregaria o pager e causaria uma explosão de bateria de lítio”.

Kennedy avaliou, então, que acha a segunda teoria mais plausível.

“É mais provável que Israel tivesse agentes humanos… no Hezbollah… Os pagers teriam sido implantados com explosivos e provavelmente só detonariam quando uma determinada mensagem fosse recebida”, destacou.

O Hezbollah, o Líbano e outros grupos acusaram Israel pelo caso. Os militares israelenses disseram que não vão comentar o acontecimento.

“A complexidade necessária para fazer isso é incrível. Teria exigido muitos componentes de inteligência e execução diferentes. A inteligência humana seria o principal método usado para fazer isso, junto com a interceptação da cadeia de suprimentos para fazer modificações nos pagers”, acrescentou Kennedy.

Paul Christensen, especialista em segurança de baterias de íons de lítio na Universidade de Newcastle, disse à agência de notícias Reuters que o nível de dano causado pelas explosões dos pagers parecia inconsistente com casos conhecidos de falhas dessas baterias no passado.

A SMEX, uma organização libanesa de direitos digitais, afirmou à Reuters que Israel poderia ter explorado uma fraqueza no dispositivo para fazê-lo explodir, reforçando a tese de terem sido adulterados.

As forças de inteligência israelenses já colocaram explosivos em telefones para atingir inimigos, de acordo com relatos anteriores no livro Rise and Kill First.

Hackers também demonstraram a capacidade de injetar código malicioso em dispositivos pessoais, fazendo com que superaquecessem e explodissem em alguns casos.

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