Obra em fase final mostra que prefeito não é “menino” e fortaleceu município igual “gente grande”

Jornal da Nova entrevistou gestor e mostrou detalhes da concepção e execução da drenagem da Lagoa do Sapo, maior intervenção de infraestrutura da história de Batayporã

Da Redação


Por décadas, moradores de Batayporã conviveram com alagamentos e enchentes na região da Lagoa do Sapo. O problema, que se arrastava há pelo menos 40 anos, parecia sem solução definitiva. Quando Germino Roz assumiu seu primeiro mandato em 2021, um jovem de 31 anos e subestimado por muitos — chamado até de “menino” —, talvez poucos acreditassem que ele seria o prefeito a enfrentar e resolver a questão. Hoje, com a obra em fase final, a realidade mostra o contrário: reeleito, o gestor mostrou que sabe trabalhar igual "gente grande".

Logo no início de sua primeira gestão, a Prefeitura iniciou trabalhos de manutenção e revitalização do espaço. Foram feitas limpezas constantes e a instalação de tubulação para sete valetas. Em agosto do mesmo ano, a equipe realizou a escavação total da lagoa, retirando a lama acumulada pelas enxurradas. Foram dez dias de trabalho contínuo. O intuito era garantir mais profundidade e, consequentemente, mais capacidade de armazenamento.

“Eu me lembro quando uma das máquinas tombou dentro da lagoa. Muita gente tirou sarro. Aquilo me deixou preocupado e um pouco desanimado, mas não me acovardei. Pensei: tem que dar certo!”, recorda Germino.

A limpeza iniciou um processo de mudança de perspectiva. "Com a lagoa limpa e as intervenções que fizemos nas margens, o local ficou mais bonito e isso foi devolvendo um orgulho nosso. Foi devolvendo uma esperança de ver o problema resolvido e de podermos usufruir de um espaço tão lindo sem preocupação e sem ser motivo de chacota", descreveu o prefeito. À época, político da região chegou a chamar o lugar de "chiqueiro".

Apesar da sutil melhoria, em abril de 2022, fortes chuvas provocaram um grave transbordamento da Lagoa do Sapo, inundando residências e causando perdas materiais. A prefeitura decretou situação de emergência e tomou uma medida inédita: ressarciu as famílias prejudicadas realizando a compra de móveis e eletrodomésticos.

“Isso nunca tinha sido feito, pelo menos não dessa forma que fizemos. Compramos camas, armários, mesas, sofás, eletrodomésticos. Socorremos essas famílias que já sofreram muito com enchentes”, destacou Germino.

Projeto e articulação política

Ainda em 2022, no mês de outubro, a Administração concluiu a licitação do projeto executivo de drenagem e infraestrutura para a região, no valor de R$ 666.633,52, elaborado pela Schettini Engenharia Ltda.

“Desde que assumi, participei de muitas reuniões no Governo do Estado, com o ex-governador Reinaldo Azambuja, secretários, deputados estaduais e federais. Tive agendas em Campo Grande e Brasília, e a orientação era clara: "tem que ter projeto". Fizemos a lição de casa. Eu e o Cacildo (vice-prefeito), mesmo com muita torcida contra, colocamos o projeto debaixo do braço e mostramos que era possível”, relembrou.

Gestores foram conferir início do trabalho e conversaram sobre projeto técnico - Foto: Prefeitura de Batayporã

O esforço deu resultado: em dezembro de 2023, o Governo do Estado anunciou a licitação para execução da obra, orçada em mais de R$ 20 milhões. Em abril de 2024, a KM Engenharia Ltda foi homologada como empresa vencedora.

O lançamento do empreendimento teve direito a evento com a presença do governador Eduardo Riedel e comitiva em Batayporã, no mês de junho de 2024. “Foi emocionante, uma celebração. O mais gratificante foi mostrar a casa em ordem. No mesmo dia, também anunciamos mais investimentos em infraestrutura, com aporte do Estado, e inauguramos o Pronto Socorro Municipal 24 horas, que é um serviço custeado pelo município”, enfatizou Germino Roz.

O marco inicial da obra se deu em 29 de maio de 2024, com o início das escavações da lagoa de amortização. Conforme informou o topógrafo da empresa executora, José Fernandes Filho, a lagoa, na região do bairro Pindocaré, próximo ao Cemitério Municipal, tem aproximadamente 28 mil metros quadrados. 

Área da lagoa de amortização terá cerca de 28 mil metros quadrados, o equivalente a quatro campos de futebol - Foto: Prefeitura de Batayporã

Fase final

Do ano passado para cá, a obra avançou sem interrupções e hoje está no ponto final: a margem esquerda da Lagoa do Sapo. Segundo o engenheiro civil Ricardo Schettini Figueiredo, diretor da Schettini Engenharia, atualmente, a extensão do sistema é de 2,1 quilômetros, desde a lagoa de amortização até a Lagoa do Sapo.

Os tubos de alta densidade que compõem a extensa rede de drenagem têm diâmetro de um metro e cinquenta centímetros, incluindo dois tubos adicionais do mesmo tamanho. A rede varia em profundidade entre 2,50 metros, na saída da Lagoa do Sapo, e 5,85 metros, no ponto de interligação com a galeria existente na Avenida Antonia Spinosa Mustafá.

A tubulação perpassa quatro vias – Rua Luiz Antonio da Silva, Rua Vereador José Adelino da Rocha, Rua Júlio Saldanha Rosa e Avenida Antonia Spinosa Mustafá –, além da instalação de 34 poços de visita. A capacidade da lagoa de amortização é de 46.050 metros cúbicos, garantindo o controle eficaz da vazão de águas pluviais.

Futuro

Prevista para ser inaugurada até novembro de 2025, a obra significa uma mudança histórica. "É literalmente um divisor de águas", brincou Germino. Para o prefeito, a empreitada significa mais do que resolver um problema crônico de alagamentos: representa a transformação de um espaço que volta a ter importância para a cidade.

Somado à segurança que a nova estrutura deverá garantir aos moradores locais, já há planejamento para intervenções de paisagismo e revitalização, com o objetivo de valorizar a Lagoa do Sapo e continuar atraindo a comunidade para o lazer e convivência.

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