Nacional & Geral / Saúde
Pressão alta coloca mais de 1 bilhão de pessoas em risco, diz OMS
Segundo relatório divulgado pela entidade, apenas 28% dos países de baixa renda relatam que todos os medicamentos para hipertensão recomendados estão disponíveis em farmácias
CNN
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nessa terça-feira (23) seu segundo relatório global sobre hipertensão, indicando que 1,4 bilhão de pessoas viviam com pressão alta em 2024. No entanto, apenas uma em cada cinco controla a condição por meio de medicamentos ou mudando hábitos de risco.
O novo relatório foi divulgado em evento organizado pela OMS, Bloomberg Philanthropies e Resolve to Save Lives durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). O documento revela que apenas 28% dos países de baixa renda relatam que todos os medicamentos para hipertensão recomendados pela OMS estão disponíveis em farmácias ou unidades de cuidados primários.
A análise contou com dados de 195 países e territórios, e mostra que 99 deles têm taxas nacionais de controle de hipertensão abaixo de 20%. A maioria das pessoas afetadas vive em países de baixa e média renda, onde sistemas de saúde enfrentam restrições de recursos.
Segundo o documento, as principais barreiras para prevenção, diagnóstico e tratamento da hipertensão incluem políticas fracas de promoção de saúde, acesso limitado a dispositivos validados para pressão arterial, falta de protocolos de tratamento padronizados e equipes de atenção primária treinadas, cadeias de suprimentos não confiáveis e medicamentos caros, proteção financeira inadequada para os pacientes e sistemas de informação insuficientes para monitorar tendências.
Os dados são preocupantes porque a pressão alta descontrolada é uma das principais causas de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC), doença renal crônica e demência. De 2011 a 2025, as doenças cardiovasculares, incluindo a pressão alta, custaram aos países de baixa e média renda aproximadamente US$ 3,7 trilhões (cerca de R$ 19,55 trilhões).
"A cada hora, mais de mil vidas são perdidas em derrames e ataques cardíacos devido à pressão alta, e a maioria dessas mortes é evitável", afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. "Os países têm as ferramentas para mudar essa narrativa. Com vontade política, investimento contínuo e reformas para incorporar o controle da hipertensão nos serviços de saúde, podemos economizar milhões e garantir a cobertura universal de saúde para todos."
"Existem medicamentos seguros, eficazes e de baixo custo para controlar a pressão arterial, mas muitas pessoas não conseguem obtê-los", afirma Tom Frieden, presidente e CEO da Resolve to Save Lives. "Fechar essa lacuna salvará vidas - e economizará bilhões de dólares todos os anos."
Diante dos dados do novo relatório, a OMS reitera que todos os países devem incorporar o controle da hipertensão nas reformas de cobertura universal de saúde para evitar mortes prematuras e aliviar o custo social e econômico da pressão alta descontrolada.
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