Licitação do trem-bala terá duas etapas, diz ANTT

Governo espera abrir uma nova audiência pública para debater o novo formato da licitação até o começo de agosto


Diante da não apresentação de propostas para o leilão do trem-bala que ligará Campinas a São Paulo e Rio de Janeiro, o governo decidiu dividir a licitação em duas etapas, uma para a tecnologia e a operação do Trem de Alta Velocidade (TAV) e outra, posterior, para as obras de infraestrutura. O governo espera abrir uma nova audiência pública até o começo de agosto para debater o novo formato da licitação.

"Percebíamos que havia possibilidade de não haver propostas, mas achávamos que tínhamos os elementos para um processo disputado", afirmou há pouco o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. "São poucas empresa que detém a tecnologia da operação, mas tínhamos certeza que mercado era capaz de atender aos requisitos", acrescentou.

Segundo Figueiredo, o governo mantém o projeto do trem bala, que seria "essencial para resolver o problema dos transportes na região". "Não existe solução mais adequada, não adianta ser contra o TAV e não apresentar solução viável", completou, ressaltando que o trem é um meio de transporte confortável, seguro, rápido, previsível e competitivo.

Conforme a Agência Estado antecipou na semana passada, a primeira fase da licitação tratará apenas da tecnologia e da operação dos trens. "Temos confiança que vamos ter processo disputado nessa etapa", disse o diretor-geral.

Na segunda etapa, serão licitadas as obras de infraestrutura. "Quando licitarmos a infraestrutura termos um projeto detalhado, e o consórcio vencedor terá que licitar trechos das obras para empresas médias e grandes, nacionais e internacionais", afirmou Figueiredo.

Apesar da divisão do processo em duas etapas ainda sem data para acontecerem, o diretor da ANTT acredita que não haverá mais atrasos para o início das obras. "Os prazos não mudam e obras devem se iniciar no começo de 2013", garantiu.

O Tribunal de Contas da União (TCU), que havia recomendado alterações no edital anterior de licitação, deve ser consultado ainda esta semana, afirmou o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. "É obvio que vou conversar com TCU, mas não estou mudando os estudos, só a forma de licitar", acrescentou.

Segundo ele, porém, a decisão de alterar o formato da licitação não foi tomada por causa dos pedidos de adiamento feitos pelo setor privado, mas sim pela dificuldade de entendimento entre as empresas internacionais detentoras de tecnologia e as empreiteiras nacionais para a formação dos consórcios. "Não tem nada a ver com os pedidos de adiamento, a mudança foi orientada pela busca de um ambiente competitivo", concluiu.

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