''Confiava nos meus secretários'', diz ex-prefeito de MS investigado em suposto esquema que desviou R$ 23 milhões

Por cerca de duas horas e meia, Maurílio Azambuja esteve na sede do Dracco, em Campo Grande. Polícia diz que não acredita na versão dele e nem dos outros presos, sendo que continua a fazer buscas em MS

Da Redação


O ex-prefeito de Maracaju, Maurílio Ferreira Azambuja, investigado por suposto desvio de R$ 23 milhões da prefeitura de Maracaju, na região sul do estado, disse que sabia da abertura de "uma conta reserva", porém, não tinha conhecimento de atitudes ilícitas e "confiava em seus secretários", conforme a polícia.

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Segundo o “G1/MS”, por cerca de duas horas e meia, ele esteve na sede do Dracco (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado), nesta segunda-feira (27), em Campo Grande. No teor do inquérito, consta que Maurílio alegou que deu autonomia ao secretário de Planejamento e Fazenda e a Diretora do Departamento de Tesouraria e que eram os dois que faziam pagamentos em valores abaixo de R$ 100 mil.

Sobre os cheques que teriam sido utilizados para os desvios, o ex-prefeito disse que "assinou alguns", porém, só conferia os valores. Ele reiterou que "confiava nos secretários", mas não os controlava o tempo todo. Comentou ainda que ficou sabendo das irregularidades somente quando a operação Dark Money foi deflagrada.

 O ex-prefeito de Maracaju, Maurílio Ferreira Azambuja - Foto: Arquivo/Prefeitura de Maracaju

Foram ao todo 11 depoimentos até o momento. A polícia aponta que apesar da investigação ainda estar andamento já fica evidente que a versão sustentada pelos envolvidos não se sustenta. O objetivo agora é descobrir se existem mais envolvidos, além de buscar o ressarcimento do dinheiro público desviado.

Segundo apurado pelo Dracco, com informações do Laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), foi criada no município uma conta bancária de fachada, por onde eram feitos pagamentos em cheques por integrantes do alto escalão da prefeitura a empresas.

As empresas beneficiadas não mantinham relação jurídica com o município e não havia emissão de notas fiscais. Além disso, os valores não eram submetidos a empenho de despesas pela prefeitura. Em menos de 1 ano foram feitos, de acordo com o Dracco, mais de 150 repasses e emitidos 600 cheques que totalizaram R$ 23 milhões.

A operação Dark Money foi deflagrada na última quarta-feira (dia 22). Com mandado de prisão temporária expedido pela Justiça, o ex-prefeito se apresentou a Polícia Civil somente na sexta-feira (24). Outras sete pessoas também foram presas e houve o cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão e as investigações seguem sob sigilo. As informações são do G1/MS

A operação Dark Money foi deflagrada na última quarta-feira (22) - Foto: Polícia Civil/Divulgação

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