Delegado afastado do cargo por ordem judicial terá vaga de juiz reservada até o fim de investigação em MS

Patrick Linares da Costa era titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã e foi afastado do cargo, na segunda-feira (18), por ser suspeito de participar de esquema de corrupção policial

Da Redação


Patrick Linares da Costa, que era delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã e que tinha vaga garantido como juiz do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), terá a cadeira reservada até o fim da investigação, onde é suspeito de participar de esquema de corrupção policial. O afastamento da Polícia Civil ocorreu, na última terça-feira (26), e foi assinado pelo corregedor-geral Márcio Rogério Faria Custódio.

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O advogado Diego Marcos Gonçalves, que faz a defesa do delegado, disse que irá realizar uma revogação do pedido da medida cautelar que determinou o afastamento do policial do cargo, no âmbito da operação “Codicia”.

De acordo com o advogado, não há qualquer interceptação indicando participação do cliente em negociações ilegais, conforme foi apontado pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Segundo a apuração, Patrick seria empossado no cargo de juiz substituto no poder judiciário estadual junto com mais 13 aprovados em concurso no ano passado. A decisão de não dar posse ao delegado foi do Conselho Superior da Magistratura, a partir de provocação do juiz responsável pela decisão autorizativa da operação.

Os desembargadores entenderam que dar posse a algum investigado seria temerário, ainda que ele seja considerado inocente ao fim dos trabalhos. O entendimento é que, se representa perigo no cargo de delegado, o investigado também não poderia assumir uma função com poderes para acessar sistemas sigilosos da justiça.

O que diz a defesa

O advogado Diego Marcos Gonçalves - Foto: Leonardo de França/Midiamax

“É importante ser esclarecido que o delegado Patrick Linares da Costa é uma pessoa séria, honesta, honrada, e que jamais praticou qualquer conduta criminosa, no exercício da sua função, ou fora dela, sendo que o mesmo irá provar sua inocência no curso da investigação”, afirmou o advogado Benedicto de Figueiredo, que representa o policial.

Os 4 policiais presos são suspeitos de atuar em duas modalidades de corrupção, em grupos separados. Um cobrava resgate para devolução aos donos de veículos recuperados das mãos de criminosos. O outro grupo estaria desviando drogas de dentro da delegacia.

Contra o delegado, a investigação aponta a existência de indícios de recebimento de valores sem identificação, em depósitos diretos na conta. A mulher dele, que é servidora da Justiça estadual, também teria recebido depósitos sem identificação, em dinheiro, na conta bancária, gerando desconfianças.

Sobre isso, o advogado diz que não há qualquer ilegalidade. Segundo ele, o cliente recebeu dessa forma dinheiro referente ao trabalho de advogado e, também, por aulas ministradas.

A esposa, afirma, que trabalhava com o comércio de produtos como roupas e sapatos no período de folga.

De acordo com o defensor, neste momento o delegado vai se manter em silêncio, manifestando-se por meio da defesa constituída. Quanto à posse como juiz, Diego Marcos Gonçalves afirma que a prioridade é questionar a ordem de afastamento do cargo de delegado. Depois, pode ser impetrada alguma medida judicial objetivando garantir a posse, informou. As informações são do G1/MS

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