Justiça revoga prisão de megatraficante que fugiu da Polícia Federal em Ponta Porã

Antônio Joaquim Mota, também conhecido como Motinha ou Dom, fugiu de helicóptero um dia antes da Polícia Federal deflagrar operação que pretendia prendê-lo. Ainda foragido, megatraficante está na lista da Interpol

*Da Redação


A 23ª Vara Federal de Curitiba (PR) revogou uma ordem de prisão para Antônio Joaquim Mota, também conhecido como Motinha ou Dom. Conforme apurado pelo “G1/MS”, a Embaixada Brasileira em Assunção (PY) enviou para o juiz paraguaio Miguel Ángel Palacios Méndez em agosto, uma nota alegando que o Brasil não tinha mais interesse na extradição de Motinha pelo crime de tráfico de drogas, cometido em dezembro de 2021.

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No entanto, ainda há outros dois mandados de prisão em abertos contra o megratraficante. Entre eles, o que foi expedido durante a Operação Magnus Dominus, deflagrada no dia 29 de junho, quando Motinha fugiu da Polícia Federal de helicóptero.

 

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou Motinha e seu chefe da segurança pessoal, Iuri Silva de Gusmão, por tráfico de drogas e organização criminosa internacional.

 

Conforme apurado pelo “G1”, as suspeitas são de que o atual líder do chamado "clã Mota" esteja escondido no Paraguai. Ele está na lista da difusão vermelha da Interpol, organização internacional que facilita a cooperação policial mundial e o controle do crime.

 

Fuga

Na mira da Polícia Federal, Motinha estava em uma propriedade rural que se estende pelo Brasil e Paraguai, entre Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (PY).

Segundo fonte ligada à investigação, dois dias antes da operação ser deflagrada, a informação vazou e chegou até Dom. No dia seguinte, um helicóptero pousou no lado paraguaio da fazenda e ele fugiu do local.

O “G1” obteve a informação de que autoridades brasileiras suspeitavam de que o vazamento sobre a operação tenha partido do lado paraguaio da operação.

"Dom" em Festa do Laço em Ponta Porã de 2014 -  Foto: Arquivo

Versão rebatida pelo comando da unidade da Polícia Nacional do Paraguai, que combate o crime organizado, que alegou que apenas a Polícia Federal brasileira tinha acesso às informações sobre a ação que prenderia Motinha.

Perseguição policial

Gastos com prostitutas de luxo, compra de fuzis em Dubai, pagamento dos mercenários que fazem sua escolta pessoal e uma cirurgia plástica. Esses foram algumas das despesas descobertas pela Polícia Federal na investigação.

Antônio se autodenominou Dom, segundo a Polícia Federal, em referência a Dom Corleone, o chefe da família criminosa mais poderosa na trilogia “O Poderoso Chefão”.

Ele é a terceira geração de uma organização criminosa que já atuou no contrabando de café, de cigarros, de eletrônicos e que agora, se especializou no tráfico internacional de drogas, com grande influência no Paraguai e na região de fronteira com o Brasil.

Munições apreendidas pela Policia Federal na operação Dominus - Foto: Polícia Federal/Divulgação

A organização de Motinha, segundo informações obtidas pelo "G1", se especializou no tráfico de cocaína. A droga, vinda da Bolívia e da Colômbia, chega por via aérea ao Paraguai, na região de fronteira com o Brasil, e de lá segue de helicóptero para os estados de São Paulo e do Paraná, de onde é despachada para os portos de Santos (SP) e Itajaí (SC).

Em maio deste ano, Dom também escapou de ser preso dois dias antes de outra operação da Policia Federal, a Helix. Ele estava na fazenda Buracão, propriedade da família em Pedro Juan Caballero, na região de fronteira do Paraguai com o Brasil. *As informações são do G1/MS

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