Operação no Maranhão mira 4 desembargadores e 2 juízes suspeitos de vender sentenças

Segundo investigação, alvos fraudavam decisões judiciais para desviar dinheiro do Banco do Nordeste

Por G1


A Operação 18 minutos, deflagrada nesta quarta (14) pela Polícia Federal, atinge quatro desembargadores e dois juízes do Tribunal de Justiça do Maranhão que, segundo a apuração, são suspeitos de fraudar decisões judiciais para desviar recursos, por exemplo, do Banco do Nordeste.

O nome da operação se deu pelo tempo que levou para a decisão, expedição do alvará e saque de recursos desviados.

A ofensiva, deflagrada por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), envolve desde o bloqueio de bens até o afastamento de autoridades de cargos públicos, e atinge advogados e ex-juízes suspeitos de participar do esquema.

Segundo o “G1” apurou, estão entre os alvos da operação:

  1. Desembargadora Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa (cunhada do ex-presidente José Sarney)
  2. Desembargador Marcelino Everton Chaves
  3. Desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho
  4. Desembargador Antônio Pacheco Guerreiro Júnior
  5. Juíza Alice de Sousa Rocha
  6. Juiz Cristiano Simas de Sousa
  7. Ex-Juiz Sidney Cardoso Ramos, entre outros.

A PF aponta a existência de uma organização criminosa, dividida em três núcleos, mesclando ex-servidores do Banco, advogados e magistrados.

Em uma das decisões judiciais do TJ do Maranhão que é impugnada, os alvos teriam agido para desviar R$14 milhões.

O “G1” procurou o Tribunal de Justiça do Maranhão para entender a relação dos suspeitos com o do Banco do Nordeste, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem. Em nota divulgada à imprensa, o TJ afirmou que:

"O TJMA colabora com operação da PF determinada pelo STJ. O Tribunal de Justiça do Maranhão comunica que tem colaborado com a "Operação 18 minutos", realizada pela Polícia Federal, cumprindo determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na manhã desta quarta-feira (14/08), em algumas unidades do prédio-sede do TJMA e do Fórum de São Luís. Com fundamento no princípio da transparência e governança, o TJMA atende à determinação do STJ, que expediu mandados de busca e apreensão para a realização da operação pela PF".

O “G1” também tenta contato com os juízes e desembargadores citados.

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