O que se sabe até agora da ''Operação Cobertor Curto''

Ação foi deflagrada pelo MPE (Ministério Público Estadual) por meio da Promotoria de Justiça de Nova Andradina em 25 de julho de 2022

Da Redação


Passados mais de seis meses da “Operação Cobertor Curto”, deflagrada pelo MPE (Ministério Público Estadual) por meio da Promotoria de Justiça de Nova Andradina coordenada pelo Promotor Justiça Paulo Henrique Mendonça de Freitas, o Jornal da Nova apurou o que se tem até o momento das apurações.

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A operação foi desbaratada dia 25 de julho do ano passado na Semcias (Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social) da Prefeitura de Nova Andradina. Na época, foram afastadas do cargo a então secretária Julliana Caetano Ortega e a subsecretária Ana Kelly Pereira Clemente, que são as principais investigadas da operação.

No dia da ação que teve apoio da SIG (Seção de Investigações Gerais) das Delegacias de Nova Andradina, Batayporã e Taquarussu, foram apreendidos documentos, HDs, pendrives e os aparelhos celulares das investigadas.

 Delegado Filipe Mendonça e Promotor de Justiça Paulo Henrique Mendonça na Semcias - Foto: Jornal da Nova

Todos esses objetos e documentos passaram por perícia e estão sendo analisados para compor como provas nos relatórios de investigação, que serão peças fundamentais para a formalização da denúncia do Promotor de Justiça.

Um ex-servidor identificado por Rodrigo Santolini Soares, de 32 anos, foi denunciado pelo crime de falso testemunho. Consta nos autos, que no dia 25 de agosto de 2022, o denunciado, na qualidade de testemunha, teria feito afirmação falsa destinada a produzir prova em processo penal. 

Isso teria ficado evidenciado quando o Ministério Público confrontou as informações de Santolini e outras testemunhas (Almir Pereira Dias e Fabiana Barbosa dos Santos) acerca de fatos/documentos relacionados à investigação em curso. 

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Em trecho da decisão, o promotor Paulo Henrique Mendonça de Freitas afirma que Rodrigo Santolini Soares, mesmo prestando compromisso legal de dizer a verdade na forma da lei, no procedimento investigatório criminal teria mentido ao afirmar que ele próprio quem pediu para o setor de tributação (Almir) uma certidão em favor de Julliana Caetano Ortega (ex-secretária de Assistência Social), mesmo sabendo que não o foi.

 O promotor Paulo Henrique Mendonça de Freitas encarregado das investigações - Foto: Jornal da Nova

Nesses seis meses da ação, muitas testemunhas foram ouvidas e dentro da “Operação Cobertor Curto”, que gerou um processo eleitoral contra a ex-secretária Julliana Ortega de abuso de poder político, que na época usou de seu cargo para supostamente para coagir servidores públicos contratados para irem a uma reunião política, caso não fossem, seriam exonerados.

A reportagem apurou que, durante a “Operação Cobertor Curto”, o Promotor Justiça Paulo Henrique encontrou elementos que comprovaram a suposta captação ilícita funcionários comissionados e contratados para uma reunião política de seu candidato preferido, os documentos foram apreendidos na ação do dia 25 de julho do ano passado.  

A partir dos documentos, surgiram depoimentos de ao menos 16 pessoas que são servidores da Semcias, entre comissionados, contratados e efetivados, onde ficou comprovados as supostas coações.

 Documentos apreendidos na residência de Julliana Ortega - Foto: Jornal da Nova

Uma das servidoras disse que foi convidada por Julliana Ortega para ir na reunião, que, na ocasião teria afirmado que o nome dela e de outras colegas estariam numa “listinha”, caso não comparecessem na reunião. Com medo de ser demitida, a funcionária foi na reunião política que aconteceu no dia 16 de julho em um hotel na cidade.

O Jornal da Nova também apurou que muitas provas foram coletadas e relacionadas na investigação e a denúncia do Ministério Público deve acontecer antes do carnaval.

A reportagem tentou contato com o Promotor Paulo Henrique Mendonça, mas como as investigações estão em sigilo, ele não quis comentar sobre o caso, mas o Jornal da Nova apurou que, além de Julliana Ortega e Ana Kelly, outras pessoas devem ser denunciadas nesta primeira fase da “Operação Cobertor Curto”, que está ligada diretamente na entrega de cobertores.

 Julliana Caetano Ortega e Ana Kelly P. Clemente foram exoneradas um dia depois da operação - Foto: Redes sociais

O Jornal da Nova acompanha o caso desde o início e aquilatou que a operação é apenas a ponta do iceberg de uma investigação que apenas está na primeira fase.

Outro lado

Conforme o advogado Christovam Ruiz, que defende a ex-secretária e a ex-subsecretária da Semcias (Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social) de Nova Andradina, Julliana Caetano Ortega e Ana Kelly P. Clemente, respectivamente, no âmbito jurídico não existe nada ainda, pois o caso segue em investigação pelo MPE (Ministério Público Estadual), e o Promotor de Justiça Paulo Henrique Mendonça de Freitas prorrogou por 90 dias, e fez uma nova prorrogação recentemente, de mais 90 dias, antes de concluir.

 O advogado Christovam Ruiz - Foto: Jornal da Nova

Para o advogado, o caso vai resultar em irregularidade na entrega de alguns cobertores, cerca de 30 unidades, um valor ínfimo, e não foi comprovada qualquer irregularidade com licitações, nem peculato.

“Só depois de concluída a investigação e encaminhada ao Fórum é que podemos dar um parecer final sobre o caso”, ressalta o advogado.

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